PUBLICIDADE

Ásia

Índia: acusado de liderar estupro coletivo é encontrado morto na prisão

A administração da penitenciária diz que ele cometeu suicídio; o advogado e a família suspeitam de assassinato

11 mar 2013 - 16h58
(atualizado às 17h26)
Compartilhar
Exibir comentários
Índia: acusado de estupro coletivo morre na cadeia:

O homem que a polícia acusa de ser o líder de um estupro coletivo em um ônibus em Nova Délhi em dezembro, crime que indignou a Índia, se enforcou em sua cela nesta segunda-feira, disseram as autoridades penitenciárias. Ram Singh fez um laço com o colchão em que dormia e se enforcou pouco antes do amanhecer em uma grade no teto da cela que ele dividia com outros três detentos, disse o porta-voz da prisão Sunil Gupta.

Embora houvesse câmeras por toda Tihar, a principal prisão de segurança máxima da Índia, não havia nenhuma nas celas individuais, disse Gupta. Singh tinha sido colocado na categoria "segurança normal", então não recebeu nenhuma vigilância especial, ele disse.

Gupta não soube dizer quanto tempo Singh levou para fazer o laço ou como conseguiu passá-lo pela grade, que fica 2,3 metros acima do chão. O advogado de Singh, V.K. Anand, disse que seu cliente estava calmo quando falou com ele no tribunal na sexta-feira, e "não tinha nenhuma reclamação". Singh, que poderia pegar a pena de morte se fosse condenado por homicídio, não estava na vigilância de suicídio, disseram Anand e Gupta.

"Eu sei que ele fez algumas poucas reclamações de autoridades penitenciárias torturando-o, mas nada que fizesse com que ele tirasse a própria vida. Não podemos descartar um crime", disse Anand. Anteriormente, Anand tinha negado que seu cliente sofresse maus tratos na prisão. Ele não quis explicar o que quis dizer por "tortura".

O ministro do Interior, Sushil Kumar Shinde, descreveu o incidente como um "lapso grande" na segurança e disse que um inquérito foi instaurado.

Singh e outros cinco, inclusive um menor, foram colocados em julgamento pelo ataque em 16 de dezembro contra uma estagiária de fisioterapia de 23 anos. O ataque provocou protestos nacionais, um endurecimento das leis de estupro e um debate intenso sobre crime excessivo contra mulheres na Índia.

O pai de Singh disse que não acreditava que seu filho tivesse cometido suicídio e suspeitava que ele tivesse sido assassinado em sua cela. "Ele confessou seu erro, então por que cometeria suicídio? Ele estava preparado para qualquer castigo que o governo pudesse dar a ele", disse Mange Lal Singh.

O julgamento dos cinco homens adultos começou no mês passado, enquanto o julgamento do menor começou na semana passada. O irmão de Ram Singh, Mukesh Singh, o assistente de academia Vinay Sharma, o faxineiro do ônibus Akshay Kumar Singh e o vendedor de frutas Pawan Kumar são os outros homens que estão sendo julgados.

A polícia disse que os seis atacaram a mulher e seu companheiro no ônibus quando o casal voltava para casa depois de assistir a um filme. A mulher foi estuprada várias vezes e torturada com uma barra de metal. Os dois foram gravemente espancados antes de serem atirados em uma estrada.

A mulher morreu de ferimentos internos em um hospital de Cingapura duas semanas depois. Especialistas legais disseram que a morte de Singh não mina o caso da promotoria, que era grandemente baseado em provas de DNA e depoimentos da vítima de estupro antes de ser morta e de seu amigo.

Reuters Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.
Compartilhar
Publicidade
Publicidade