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Ásia

Iêmen diz que ataques com drones dos EUA mataram 55 no país

Tribunal pediu que EUA divulguem informações sobre ataques feitos com drones; braço da Al-Qaeda no Iêmen é um dos principais alvos dos americanos

21 abr 2014 - 16h45
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Pessoas se reúnem perto de um carro destruído por um ataque aéreo de um drone dos EUA; alvos foram militantes da Al-Qaeda em agosto de 2012
Pessoas se reúnem perto de um carro destruído por um ataque aéreo de um drone dos EUA; alvos foram militantes da Al-Qaeda em agosto de 2012
Foto: Reuters

Pelo menos 55 supostos membros da rede terrorista Al Qaeda morreram neste domingo em ataques de aviões não tripulados (drones) americanos no sul do Iêmen, informou nesta segunda-feira o Ministério do Interior do país.

Em comunicado, o ministério informou que, entre os mortos, há três líderes locais da organização, Mohammed al Mushibi, Fauaz al Muharraq e Salah Muharraq, assim como integrantes árabes e outros estrangeiros.

As autoridades acrescentaram que continuam os trabalhos para identificar o restante.

Drones americanos bombardearam entre sábado e domingo posições da Al-Qaeda nas províncias de Abian e Shabua, no sul do Iêmen. O Ministério do Interior assinalou que os ataques aéreos em Abian foram "os mais duros" registrados desde que o exército iemenita enfrentou os terroristas até recuperar antigas fortificações da Al Qaeda na província em junho de 2012.

Pessoas inspecionam destroços de um carro atingido por um ataque aéreo na província  de al-Bayda
Pessoas inspecionam destroços de um carro atingido por um ataque aéreo na província de al-Bayda
Foto: Reuters

Assim que o ataque aéreo americano do sábado, um total de 11 supostos membros da Al-Qaeda morreram na província meridional de Al-Baida, onde o bombardeio acabou também com a vida de cinco civis, disseram hoje à Efe fontes da pasta.

Os polêmicos ataques com drones dos EUA são frequentes no Iêmen, já que Washington considera o país uma frente avançada em sua luta contra o terrorismo.  As autoridades americanas apontam que a organização da Al-Qaeda na Península Arábica, com base no Iêmen, é um dos braços mais perigosos e ativos da rede terrorista.

Supostos membros da Al Qaeda assassinaram hoje a tiros três oficiais dos serviços secretos iemenitas em dois ataques separados na capital, Sana, o que fontes de segurança consideram uma resposta aos últimos ataques aéreos americanos.

Tribunal pediu que EUA divulguem informações sobre ataques 

Uma corte federal de apelações norte-americanas ordenou que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos entregue um memorando justificando os ataques do governo contra pessoas supostamente ligadas ao terrorismo, incluindo cidadãos do país.

<p>L&iacute;der do bra&ccedil;o da Al Qaeda no I&ecirc;men prometeu atacar os Estados Unidos, em um v&iacute;deo que mostra aparentemente um encontro do grupo celebrando uma fuga da pris&atilde;o em massa de militantes (mar&ccedil;o 2014)</p>
Líder do braço da Al Qaeda no Iêmen prometeu atacar os Estados Unidos, em um vídeo que mostra aparentemente um encontro do grupo celebrando uma fuga da prisão em massa de militantes (março 2014)
Foto: Stringer / Reuters

Em um caso que visa a fazer o Executivo prestar contas à sociedade sobre suas ações, a corte reverteu decisão anterior que preservava a confidencialidade de informações sobre os ataques, como a morte do norte-americano Anwar al-Awlaki em um ataque com drones no Iêmen em 2011.

Atendendo pedido do New York Times, um painel de juízes disse que o governo abriu mão de seu direito de confidencialidade ao emitir diversos comunicados públicos que justificavam os ataques.

Entre esses comunicados estão discursos ou comunicados de autoridades como o procurador-geral, Eric Holder, e do ex-consultor de contraterrorismo do governo Obama, John Brennan, defendendo a prática.

O NYT e dois jornalistas, Charlie Savage e Scott Shane, pediram acesso ao memorando, que autorizava o ataque tendo al-Awlaki, um clérigo que se uniu a uma afiliada da Al-Qaeda no Iêmen, assim como outros.

Ainda não se sabe se o governo vai apelar da decisão ou sobre quando o memorando deverá ser divulgado.

O Departamento de Justiça não comentou.

David McCraw, advogado do jornal, disse que o jornal está contente com a decisão, afirmando que ela encoraja o debate público sobre uma importante questão de política de segurança nacional e internacional.

EFE   
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