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Ásia

Condenado por blasfêmia, governador de Jacarta é levado para prisão

9 mai 2017 - 06h32
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O governador de Jacarta, Basuki Tjahaja Purnama, foi levado nesta terça-feira para um presídio de Cipinang, no leste da capital da Indonésia, depois de ter sido condenado por um tribunal a dois anos de prisão por blasfêmia no país mais populoso do Islã.

Purnama, um cristão de etnia chinesa e conhecido popularmente como Ahok, foi transferido nesta manhã (data local) para a prisão, depois que um juri liderado pelo juiz Dwiarso Budi Santiarto o acusou de "romper a unidade de Indonésia", de acordo com informações divulgadas pela imprensa local.

O magistrado lhe tirou os "direitos políticos".

Após a sentença, o Ministério do Interior da Indonésia disse através de um comunicado para que siga as vias legais e onde o governador será substituído pelo seu vice, Sjarot Syaiful Hidayat.

Milhares de partidários de Ahok reunidos nos arredores do Ministério da Agricultura, onde aconteceu a leitura da sentença, lamentaram a decisão e houve confrontos, mas sem violência, com grupos islâmicos que também realizaram manifestações na região.

O caso, segundo os especialistas, põe a prova o pluralismo religioso no país mais povoado do islã e é considerado altamente politizado.

"A mensagem, em última análise, torna-se política de identidade, a maneira na que as pessoas rejeitam uma pessoa, por não ter a mesma religião", disse à Agência Efe, o analista da consultora Concord Consulting, Keith Loveard.

Ahok foi acusado em novembro do ano passado, por supostamente criticar o versículo 51 do Alcorão, algo que o político assegura que foi manipulado.

A pena imposta é mais dura que a proposta pela promotoria, embora inferior a máxima estipulada na legislação do país, que estabelece até cinco anos de prisão por esse crime.

Ahok e seus advogados afirmaram que vão recorrer da decisão judicial.

Aproximadamente 13 mil policiais foram deslocados para a capital da Indonésia, com o objetivo de prevenir possíveis distúrbios entre partidários e opositores de Ahok, que em abril perdeu a disputa para reeleição.

A decisão acontece um dia depois de o governo ter dissolvido o grupo islamita Hizbut Tahrir Indonésia (HTI), por considerar que contradiz os princípios de unidade e diversidade nacional.

A Indonésia é o país com mais muçulmanos do mundo, com 88% de seus 250 milhões de habitantes professando esta religião, a grande maioria de forma moderada.

EFE   
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