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Após deixar a Espanha, ex-rei Juan Carlos vira alvo de petições e memes

5 ago 2020 - 15h20
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Estudantes em Madri querem que a Universidade Rei Juan Carlos mude de nome, algumas cidades planejam o mesmo para diversos parques e ruas, e memes ironizando o ex-monarca da Espanha dominaram as redes sociais depois que ele deixou o país em meio a um escândalo de corrupção.

Ex-monarca espanhol Juan Carlos
04/05/2019
REUTERS/Francois Lenoir
Ex-monarca espanhol Juan Carlos 04/05/2019 REUTERS/Francois Lenoir
Foto: Reuters

A Constituição, a fragmentação política e as pesquisas de opinião, que há anos mostram que a população está dividida em relação ao tema, significam que o último escândalo não deve mudar o sistema político da Espanha no futuro próximo.

Mas a partida abrupta do ex-rei para um local não identificado no exterior --anunciada na segunda-feira e que, segundo ele, foi para permitir que seu filho, o rei Felipe, reine sem ser afetado pelas aflições do pai-- está agitando o país.

A cidade de Gijón, no norte da Espanha, mudará o nome da avenida Juan Carlos I porque considera que o ex-monarca "não representa mais os valores institucionais, morais e democráticos da nossa sociedade", disse a porta-voz Marina Pineda, segundo o jornal La Voz de Astúrias.

Em Madri, uma petição online para mudar o nome da universidade passou de 41.000 assinaturas na manhã de quarta-feira.

"Continuam aparecendo casos de corrupção em torno da Família Real, danificando a imagem de uma monarquia que tem sido apresentada a nós como 'saudável' e 'humilde'", escreveu a petição, enquanto o nome da universidade era um dos tópicos mais comentados do Twitter.

Entre os memes sobre a partida do ex-monarca, um usuário do Twitter disse que a universidade deveria ser rebatizada para "A universidade do rei exilado".

Juan Carlos chegou ao trono em 1975, após a morte do general Francisco Franco, e foi muito respeitado pelo seu papel em direcionar a Espanha da ditadura à democracia. No entanto, recentes escândalos mancharam sua imagem, levando-o a abdicar em 2014 e, agora, a deixar o país.

Nos últimos meses, promotores da Suíça e da Espanha começaram a investigar alegações de propina relacionadas a um contrato de uma ferrovia saudita de alta-velocidade e contas offshore.

Embora Juan Carlos não esteja oficialmente sendo investigado, detalhes dos inquéritos foram vazados à imprensa, aumentando a pressão para que o rei agisse para proteger a monarquia.

Por meio de seu advogado, Juan Carlos repetidas vezes recusou-se a comentar o caso.

Autoridades em Pinto, subúrbio de Madri, aprovaram semana passada mudar o nome de seu parque Juan Carlos I e retirar uma estátua do ex-monarca.

"É inconcebível que o espaço mais emblemático de nossa cidade tenha um nome que possa ser considerado suspeito no âmbito da ética e da moral", disse a porta-voz do governo local, Lola Rodríguez, em um comunicado.

O paradeiro de Juan Carlos permanece um mistério, com a imprensa espanhola dizendo que ele está na República Dominicana ou em Portugal.

Autoridades dominicanas disseram à Reuters que a última estadia do rei em seu país foi entre 28 de fevereiro e 2 de março e que não tinham informações sobre uma possível chegada.

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