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Governo brasileiro confirma entrega de ajuda à Venezuela

Apenas um caminhão conseguiu cruzar a fronteira entre os países

22 fev 2019 - 19h01
(atualizado às 19h14)
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O porta-voz do governo Bolsonaro, Otávio Rêgo Barros, confirmou a operação de entrega de ajuda humanitária à Venezuela para este sábado (23), apesar de somente um caminhão ter conseguido atravessar a fronteira.

Segundo Rêgo Barros, a operação começará pela manhã e deve durar "alguns dias". Neste momento, há apenas um caminhão venezuelano no centro de coleta de itens de primeira necessidade em Boa Vista, capital de Roraima.

Pessoas vão ao "Venezuela Live Aid", na fronteira com a Colômbia
Pessoas vão ao "Venezuela Live Aid", na fronteira com a Colômbia
Foto: Luisa Gonzalez / Reuters

O porta-voz disse que o local abriga cerca de 200 toneladas de alimentos básicos, como arroz, feijão, café, leite em pó, açúcar e sal, e medicamentos. O transporte será de responsabilidade exclusiva de caminhões venezuelanos, dirigidos por venezuelanos.

Rêgo Barros ainda acrescentou que cabe às equipes operacionais atuantes em Boa Vista decidir sobre a partida de comidas e remédios. Ele considerou, contudo, a hipótese de não se conseguir realizar o transporte devido à falta de caminhões.

Anteriormente, a Globo News havia informado, citando o governador de Roraima, Antonio Denarium, que o governo decidira suspender a entrega de ajuda humanitária, em função da decisão do regime de Nicolás Maduro de fechar a fronteira entre os dois países.

Denarium disse que os itens de primeira necessidade só seriam levados quando houvesse caminhões venezuelanos em número suficiente para realizar o transporte. Para o governo, de acordo com a Globo News, não valeria a pena enviar os alimentos e remédios de forma isolada, em apenas um veículo. O governador participou na tarde desta sexta-feira (22), por videoconferência, de uma reunião de emergência com o presidente Jair Bolsonaro, que disse querer evitar um conflito. A fronteira entre os países está fechada desde 21h (horário de Brasília) da última quinta (21), por ordem de Maduro.

O autoproclamado presidente Juan Guaidó estabeleceu em 23 de fevereiro a data para a entrada de ajuda humanitária internacional na Venezuela, a partir de Roraima e de Cúcuta, na Colômbia.

O regime chavista, no entanto, diz que os itens de primeira necessidade são uma desculpa para preparar uma intervenção para derrubá-lo. Militares venezuelanos já entraram em confronto com indígenas perto da fronteira brasileira, deixando ao menos dois mortos. O grupo queria entrar no Brasil para recolher ajuda humanitária.

Shows

Cúcuta recebe nesta sexta um megashow patrocinado pelo bilionário britânico Richard Branson para arrecadar fundos para o povo venezuelano.

Chamado "Venezuela Live Aid", em referência ao histórico show de rock realizado em 1985 para juntar recursos para combater a fome na África, o concerto recebe nomes da música latina e artistas venezuelanos forçados a fugir de seu país.

O show acontece do lado colombiano da ponte Las Tienditas, enquanto o regime Maduro promove um "contraconcerto" no lado venezuelano. A ponte está bloqueada por caminhões e contêineres para impedir a entrada de ajuda humanitária.

O espetáculo em Cúcuta tem as presenças dos presidentes Iván Duque (Colômbia), Sebastián Piñera (Chile) e Mario Abdo Benítez (Paraguai).

Ansa - Brasil   
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