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Agência da ONU pede alívio de US$1 tri em dívidas de países em desenvolvimento

23 abr 2020 - 14h59
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A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) propôs, nesta quinta-feira, um acordo para o cancelamento de cerca de 1 trilhão de dólares em dívidas dos países em desenvolvimento para ajudá-los a superar o impacto da pandemia de coronavírus.

Agentes de saúde conversam com moradores durante testagem de Covid-19 em Lenasia, na África do Sul
21/04/2020
REUTERS/Siphiwe Sibeko
Agentes de saúde conversam com moradores durante testagem de Covid-19 em Lenasia, na África do Sul 21/04/2020 REUTERS/Siphiwe Sibeko
Foto: Reuters

As economias em desenvolvimento, que já estavam enfrentando um fardo da dívida em rápido crescimento, agora devem enfrentar uma recessão global recorde, preços em queda nas exportações de petróleo e commodities e um enfraquecimento das moedas locais.

Ao mesmo tempo, precisam gastar mais dinheiro em cuidados de saúde e proteger suas economias. Atualmente, 64 países de baixa renda gastam mais com o pagamento de suas dívidas do que com seus sistemas de saúde, de acordo com a UNCTAD.

"Este é um mundo em que o default das dívidas dos países em desenvolvimento é inevitável", disse Richard Kozul-Wright, diretor da Divisão de Estratégias de Globalização e Desenvolvimento da UNCTAD, durante uma videoconferência com jornalistas.

Em um relatório solicitando um plano para aliviar a carga de dívida dos países em desenvolvimento, a UNCTAD estimou seus requisitos de liquidez e financiamento devido à pandemia em pelo menos 2,5 trilhões de dólares.

Os países em desenvolvimento de alta renda têm obrigações de serviço da dívida entre 2 trilhões e 2,3 trilhões de dólares apenas em 2020 e 2021, enquanto os países de renda média e baixa têm obrigações de serviço da dívida de 700 bilhões a 1,1 trilhão de dólares.

Depois de despejar cerca de 8 trilhões de dólares em estímulo para suas próprias economias, o grupo dos 20 países mais ricos (G20) concordou na semana passada em suspender os pagamentos bilaterais de serviços da dívida pelos países mais pobres do mundo até o final do ano.

"É empurrar com a barriga", disse Kozul-Wright. "Você amplia o problema e finge que desaparecerá em dois ou três anos se o crescimento aumentar na economia mundial. Não achamos que isso seja crível."

A UNCTAD calculou que a moratória da dívida do G20 cobriria 20 bilhões de dólares em dívida pública para credores bilaterais oficiais. Seriam incluídos 8 bilhões adicionais se todos os credores privados ingressassem na iniciativa e outros 12 bilhões de dólares se todos os credores multilaterais também.

((Tradução Redação São Paulo, 55 11 56447723))

REUTERS LB PF

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