Segundo porta-voz, estado de saúde de Mandela piorou nas últimas 48 horas

O porta-voz da Presidência da África do Sul, Mac Maharaj, disse nesta quinta-feira que o estado de saúde do ex-presidente Nelson Mandela piorou nas últimas 48 horas, de acordo com informações da agência Reuters.

Em entrevista para a emissora local SABC, Maharaj afirmou que a condição de Madiba, como é carinhosamente conhecido na África do Sul, permanece crítica. Ele se recusou a comentar relatos que apontam que Mandela respira com a ajuda de aparelhos, dizendo que sua privacidade precisa ser respeitada.

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Em meio ao delicado quadro do vencedor do Nobel da Paz, o presidente sul-africano, Jacob Zuma, cancelou uma viagem que estava programada para Moçambique nesta quinta. Nelson Mandela está internado em um hospital de Pretória desde 8 de junho, e está em estado crítico. Ele sofre de infecção pulmonar, uma doença que se agravou quando esteve na prisão por 27 anos.

Por conta do estado de saúde de Mandela, sua família já prepara um funeral que parece cada vez mais iminente. O jornal sul-africano City Press publicou hoje que o clã Mandela quer exumar os restos dos três filhos do ex-presidente - Makgatho,Thembekile e Makaziwe - para serem transferidos para o lugar onde poderá ser enterrado seu pai em Qunu, cidade na qual o ex-líder cresceu e vivia antes de ser internado.

Os três filhos de Mandela estão sepultados em Mvezo, cidade onde nasceu o pai da democracia multirracial sul-africana. O chefe tradicional de Qunu, Nkosikazi Nokwanele Balizulu, confirmou em entrevista ao City Press ter dado a aprovação para a exumação dos corpos dos três filhos de Mandela. "Fizeram um pedido - os parentes de Madiba - e eu estive de acordo", disse Balizulu ao jornal.

Homenagens em frente ao hospital

Os sul-africanos têm ido às centenas deixar bilhetes, flores e orações para Mandela em um muro que cerca o hospital de Pretória. Mensagens de melhoras, buquês e animais de pelúcia estão se amontoando no muro ao redor do complexo onde médicos estão tratando o ex-presidente sul-africano de uma infecção pulmonar recorrente.

Uma parte do muro de tijolos foi coberta de bilhetes de homenagem por sua luta e sacrifício, inclusive os 27 anos passados em prisões do apartheid, que ajudaram a levar à primeira eleição de todas as raças do país em 1994.

"Sabemos que chegará o dia quando ele se irá, mas é tão difícil de aceitar", disse Patricia Ndiniza, 53 anos, corretora de imóveis que deixou um bilhete desejando a Mandela uma pronta recuperação. "Ele é um pilar para todos nós. Ele é nosso pilar de paz e reconciliação", disse nesta quarta-feira.

O presidente Jacob Zuma disse nesta quarta-feira que a situação de Mandela não tinha mudado. "Enquanto ele continua em estado grave no hospital, devemos mantê-lo e à sua família em nossos pensamentos e orações todos os minutos", disse em uma reunião com o sindicato de trabalhadores de saúde.

Crianças em idade escolar, grupos de orações, funcionários de escritórios além de companheiros e partidários que seguiram Mandela na luta contra o apartheid passam pelo hospital dia após dia, atravessando um corredor de jornalistas e cinegrafistas acampados em frente ao portão principal.

Bilhetes que caíram foram substituídos por novos, alguns escritos com lápis de cor por crianças e outros por adultos expressando sua apreciação por Madiba, o nome do clã pelo qual Mandela é afetuosamente conhecido. Os seguranças escoraram os animais de pelúcia e colocaram as flores na água, enfileirando-as ao longo da base do muro.

"Deixei um buquê. Não foi muito porque era tudo o que eu podia dar", disse Tsepho Sibanyoni, que trabalha como motorista. "Ele é como Jesus para mim. Ele tem uma mão de ouro. Mandela nunca se vingou de todos os que o perseguiram, em vez disso disse ‘vamos nos unir'", disse Sibanyoni, de 41 anos.

Com informações da agência EFE