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Nelson Mandela

Governo se desculpa por falso intérprete no funeral de Nelson Mandela

13 dez 2013 - 11h20
(atualizado às 11h21)
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Thamsanqa Dyantyi disse que sofreu um ataque de esquizofrenia durante o funeral
Thamsanqa Dyantyi disse que sofreu um ataque de esquizofrenia durante o funeral
Foto: AP

O governo sul-africano apresentou nesta sexta-feira um pedido formal de desculpas à comunidade de surdos após o escândalo da tradução em linguagem de de sinais da cerimônia de homenagem a Nelson Mandela, realizada por um falso intérprete.

"Pedimos sinceras desculpas à comunidade de surdos e a todos os sul-africanos que se sentiram insultados", declarou o ministro da Cultura Paul Mashatile.

Ele anunciou a votação, "provavelmente no início do próximo ano", de uma lei para regulamentar a profissão, de modo que tais incidentes não se repitam nunca mais.

No dia anterior, a vice-ministra para as Mulheres, Crianças e Pessoas com Deficiência, Hendrietta Bogopane-Zulu, admitiu que houve um erro, ressaltando que o intérprete não tinha, talvez, o nível de inglês, ou estaria cansado, rejeitando a culpa de seu órgão.

A principal associação de surdos sul-africanos, a Deaf SA, indicou, no entanto, que o incidente não foi o primeiro, e lembrou que o intérprete já havia sido visto em outros eventos oficiais e é alvo de um relatório enviado ao governo.

O intérprete em questão, Thamsanqa Jantjie, se defendeu, afirmando ter tido um ataque de esquizofrenia, como resultado do estresse durante a cerimônia, provocando a ira da Sociedade de Psiquiatria sul-africana que condenou "a deturpação da doença mental como uma desculpa para sua incompetência".

Na terça-feira, toda a comunidade surda assistiu com espanto e indignação ao espetáculo de Jantjie, gesticulando para não dizer nada ao lado dos oradores que ele deveria traduzir.

Encontrado pela AFP nesta sexta-feira, o intérprete se recusou a discutir o incidente, dizendo estar muito ocupado escrevendo suas explicações para o governo. "Eu expliquei ontem (quinta-feira), a toda a imprensa e hoje estou concentrado no governo que quer ouvir o meu lado da história", disse ele.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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