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25 avanços reais de 2025 que dão motivos científicos para acreditar num futuro melhor

Em meio às crises ambientais, tensões globais e alertas científicos que marcaram 2025, o ano também trouxe avanços concretos capazes de renovar o otimismo para 2026. Da pesquisa médica às descobertas astronômicas, passando pela recuperação de espécies, pela queda do lixo plástico e por decisões inéditas para proteger florestas, oceanos e a camada de ozônio, diferentes áreas registraram sinais reais de progresso. Conheça os 25 fatos que mostram que soluções existem para transformar o mundo.

29 dez 2025 - 16h00
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O levantamento publicado pela emissora Franceinfo se baseou em estudos e reportagens de fontes científicas e jornalísticas reconhecidas, como a revista Nature, o periódico Environmental Pollution, o site Mongabay, o South China Morning Post, relatórios do Carbon Brief, análises da BBC e dados da Organização Meteorológica Mundial e da União Internacional para a Conservação da Natureza.

Foto ilustrativa mostra salmões selvagens. Após a remoção de barragens centenárias no rio Klamath, no Oregon, nos Estados Unidos, colônias de salmões voltaram a subir a correnteza em poucos meses, em um resultado descrito por cientistas e pesquisadores como “incrivelmente encorajador”.
Foto ilustrativa mostra salmões selvagens. Após a remoção de barragens centenárias no rio Klamath, no Oregon, nos Estados Unidos, colônias de salmões voltaram a subir a correnteza em poucos meses, em um resultado descrito por cientistas e pesquisadores como “incrivelmente encorajador”.
Foto: DR / RFI

A partir desse conjunto de publicações, o site francês reuniu avanços médicos, ambientais, tecnológicos e astronômicos registrados ao longo de 2025. O objetivo foi destacar resultados sólidos, mensuráveis e sustentados por evidências. As informações incluem pesquisas revisadas por pares, monitoramentos internacionais e levantamentos de campo. O resultado é uma lista de 25 fatos que ajudam a projetar um 2026 mais promissor.

Medicina, saúde e ciência aplicada

  1. A pesquisa contra o câncer de pâncreas avançou em 2025. Nos Estados Unidos, uma vacina personalizada de RNA mensageiro apresentou resultados inéditos de remissão, segundo a revista científica Nature. Na França, um ensaio clínico com um medicamento que neutraliza o gene KRAS, presente na maioria dos pacientes, e um vacina terapêutica animaram pesquisadores, cautelosos, mas otimistas.

  2. Uma equipe do Instituto Curie criou uma molécula capaz de eliminar células resistentes aos tratamentos atuais, responsáveis por gerar metástases. O estudo foi publicado na revista Nature e ainda se encontra em fase de testes.

  3. Cientistas da Universidade de Berkeley fizeram voluntários enxergarem uma cor inédita, chamada Olo, ao estimular uma área específica da retina com laser de altíssima precisão. A observação da cor Olo é relevante porque mostra que o sistema visual humano ainda pode revelar fenômenos que não conhecíamos. Ao estimular uma área específica da retina com laser de altíssima precisão, os pesquisadores conseguiram ativar combinações de cones que normalmente não são acionadas dessa forma, produzindo uma percepção cromática inédita.  Segundo especialistas, isso abre novas frentes para entender como o cérebro constrói a experiência das cores, como diferentes vias neurais interagem e até como distúrbios visuais podem ser tratados no futuro. Em termos científicos, é uma prova de que a percepção humana não está totalmente mapeada e que ainda há espaço para descobrir nuances sensoriais que não aparecem no espectro cotidiano.

  4. Pesquisadores britânicos conseguiram, pela primeira vez, retardar a progressão da doença de Huntington. O tratamento experimental AMT‑130, baseado em terapia gênica, mostrou resultados promissores. 

    A doença de Huntington é uma condição genética rara e neurodegenerativa que provoca a morte progressiva de neurônios em áreas do cérebro responsáveis por movimento, cognição e comportamento.

Ela é hereditária, incurável e costuma evoluir de forma lenta, mas devastadora, levando a perda de coordenação motora, alterações psiquiátricas e declínio cognitivo. Por isso, o fato de pesquisadores britânicos terem conseguido retardar sua progressão pela primeira vez é considerado um marco.

Meio ambiente, biodiversidade e clima

5. A França se tornou o primeiro país da União Europeia a proibir a fabricação, importação, exportação e venda de cosméticos contendo PFAS, sigla para denominar substâncias artificiais usadas há décadas em produtos como panelas antiaderentes, embalagens de alimentos, tecidos impermeáveis e espumas contra incêndio. Os PFAS são conhecidas como "químicos eternos" porque não se degradam facilmente no meio ambiente e estudos indicam que a exposição prolongada a esses compostos pode causar problemas de saúde. A França também mira uma redução de 70% dos PFAS despejados na água pela indústria até fevereiro de 2028.

6. Após a proibição dos neonicotinoides em 2018, populações de aves insetívoras cresceram entre 2% e 3% na França, segundo estudo publicado em Environmental Pollution.

7. O mercado de produtos orgânicos voltou a crescer em 2025, com aumento de 4,1% nas vendas no primeiro semestre, impulsionado por supermercados, lojas especializadas e venda direta.

8. Após a remoção de barragens centenárias no rio Klamath, no Oregon, nos Estados Unidos, colônias de salmões voltaram a subir a correnteza em poucos meses, em um resultado descrito por cientistas e pesquisadores como "incrivelmente encorajador".

Barry McCovey, diretor do Departamento de Pesca da Tribo Yurok, explica que o retorno histórico dos salmões chinook aos principais afluentes do Upper Klamath Lake é algo que não acontecia havia mais de um século. Ele mostra como a remoção dos quatro barramentos do rio Klamath, concluída em 2024, transformou rapidamente o ecossistema: milhares de peixes voltaram a subir o rio, a qualidade da água melhorou, a temperatura caiu e o florescimento de algas tóxicas diminuiu. McCovey relata que salmões foram vistos em todos os afluentes acima das antigas represas, alguns percorrendo mais de 400 quilômetros, e mais de mil desovaram em áreas antes bloqueadas.

9. A tartaruga-verde marinha deixou a categoria de espécie "em perigo" e passou a "pouco preocupante", segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza.

10. Após 13 anos de buscas em Sumatra, o botânico Septian Andriki encontrou uma Rafflesia hasseltii, flor gigantesca e extremamente rara. Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra o momento em que o pesquisador, emocionado, se depara com a flor gigante na Sumatra.

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11. Pesquisadores identificaram mais de cem espécies inéditas na Guadeloupe, incluindo um escorpião pálido e um grande besouro. Na Austrália, foi descoberto um novo grupo de abelhas chamado Lucifer, e no Peru, uma nova espécie de rã. O projeto Ocean Census revelou mais de 900 espécies marinhas desconhecidas.

12. Em um canyon isolado da África do Sul, cientistas reencontraram um gecko antes dado como extinto. Considerada perdida há mais de 30 anos, a espécie foi encontrada em um canyon isolado, o que reforça a importância de áreas remotas para a conservação.

Oceanos, conservação global e políticas ambientais

13. A lula colossal, maior que a lula‑gigante e capaz de ultrapassar sete metros, foi filmada viva pela primeira vez em março de 2025, a 600 metros de profundidade no Atlântico Sul.

14. A partir de janeiro de 2026, o alta-mar será protegido pelo primeiro tratado global de biodiversidade marinha, após alcançar as 60 ratificações necessárias. A área representa quase metade da superfície do planeta.

15. O Centro Comum de Pesquisa da França constatou que, entre 2015 e 2025, o volume total de resíduos nas praias europeias caiu 29%, com redução de 40% nos plásticos descartáveis.

16. Durante a COP30, em Belém, o Brasil lançou a Facilidade de Financiamento das Florestas Tropicais (TFFF), destinada a tornar mais lucrativa a preservação das florestas do que o desmatamento e a apoiar povos indígenas.

17. A Semana de Moda de Nova York decidiu banir o uso de pele animal nas passarelas a partir de setembro.

18. O buraco da camada de ozônio atingiu seu menor tamanho já registrado e deve desaparecer nas próximas décadas, segundo a Organização Meteorológica Mundial.

19. A Corte Internacional de Justiça afirmou que países afetados pelo aquecimento global podem exigir compensações de Estados que não cumprem metas de redução de emissões, criando um marco jurídico importante.

20. No primeiro semestre de 2025, energias renováveis produziram mais eletricidade que o carvão no mundo, segundo o think tank Ember. A Agência Internacional de Energia prevê queda no uso global de carvão a partir de 2026.

Energia, tecnologia, emissões e espaço

21. Cientistas chineses desenvolveram a bateria nuclear Zhulong‑1, capaz de funcionar por 100 anos sem recarga. Ainda insuficiente para carros ou celulares, a tecnologia pode alimentar marcapassos, sondas espaciais e equipamentos usados em regiões polares ou em grandes profundidades. O Japão também iniciou seu próprio protótipo.

22. As emissões de gases que provocam o efeito estufa ficaram estáveis na China ou em leve queda por 18 meses consecutivos, segundo o Carbon Brief, graças à expansão acelerada das energias renováveis no país, um dos maiores poluidores do planeta. 

23. O Reino Unido proibiu novas explorações de petróleo e gás no Mar do Norte, tornando-se a maior economia a adotar essa medida, embora mantenha a exploração dos campos já existentes.

24. Amostras coletadas pelo rover Perseverance revelaram os indícios mais fortes até hoje de possível vida antiga em Marte, segundo a Nasa.

25. O cometa 3I/ATLAS, detectado em julho pelo telescópio Atlas no Chile, é apenas o terceiro objeto interestelar já observado no Sistema Solar e pode oferecer pistas sobre a formação de mundos distantes.

Os avanços reunidos ao longo deste levantamento mostram que, mesmo diante de um cenário global marcado por crises ambientais, pressões econômicas e desafios científicos complexos, há movimentos concretos capazes de alterar trajetórias.

As descobertas e decisões registradas em 2025 não são especulações ou promessas vagas: são fruto de pesquisas que indicam que a combinação entre ciência, regulação e mobilização social produz resultados mensuráveis.

Ao mesmo tempo, as informações compiladas por veículos e instituições de referência deixam claro que nenhum desses avanços elimina a urgência das crises em curso. O colapso da biodiversidade continua, as emissões globais seguem altas e a desigualdade climática permanece evidente. Mas os dados apresentados mostram que há caminhos possíveis — e já em andamento — para frear danos, recuperar ecossistemas e ampliar o alcance de tecnologias limpas.

Com agências

RFI A RFI é uma rádio francesa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.
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