Michel Temer: "Fui um presidente muito impopular"
Em uma entrevista ao jornalista José Roberto Maluf, o ex-presidente da República mergulhou em sua trajetória política e pessoal, abordando desde sua infância humilde no interior de São Paulo até os desafios no comando do país
Em uma entrevista ao programa Perfil Poder, Michel Temer, ex-presidente da República, mergulhou em sua trajetória política e pessoal. Na conversa com o jornalista José Roberto Maluf, abordou desde sua infância humilde no interior de São Paulo até os desafios na Presidência e suas perspectivas para o futuro do Brasil. Com uma carreira marcada por seis mandatos como deputado federal e três presidências da Câmara dos Deputados, Temer conta como se consolidou como uma figura central na política brasileira.
Temer: "Fui impopular"
Um dos pontos mais marcantes da entrevista foi a reflexão de Temer sobre sua presidência. Ele afirma que foi "muito impopular" durante o mandato, mas "popularíssimo" após deixar o cargo, atribuindo essa mudança à compreensão tardia da importância das reformas que implementou. Questionado sobre como conciliava a impopularidade com medidas como a Reforma Trabalhista, a Reforma da Previdência e o teto de gastos públicos, explicou que sua falta de interesse na reeleição lhe deu a coragem de abordar "temas que são verdadeiros vespeiros". Ele destacou a redução dos juros e a queda da inflação como resultados diretos de suas ações em apenas dois anos e meio de governo.
"Tentaram me derrubar do governo. Mas eu não dava menor atenção a essas coisas. Eu ia em frente. E o ir em frente significou fazer reformas fundamentais para o país, que redundaram a redução dos juros, redundaram na queda da inflação", explica.
Polarização
Por fim, ao abordar o cenário político atual, Temer expressou preocupação com a radicalização, que considera incompatível com o espírito do povo brasileiro. Ele defendeu a necessidade de uma figura moderada para dirigir o país, capaz de promover a pacificação e o equilíbrio. Para Temer, a polarização entre direita e esquerda, em sua forma atual, não atende aos interesses da população, que busca resultados concretos. "O Brasil exige hoje uma figura moderada para dirigir que traga a pacificação", conclui.