Preso, chefe do CV paga mais de R$ 24 mil por cirurgia em hospital de elite no Rio, diz jornal
Alexander de Jesus Carlos, conhecido como Choque, recebeu autorização da Justiça para realização do procedimento
Alexander de Jesus Carlos, conhecido como Choque e chefe do Comando Vermelho, realizou uma cirurgia em hospital de elite no Rio de Janeiro, custeando mais de R$ 24 mil após revogação da gratuidade pela Justiça devido à sua capacidade de pagamento.
Preso, um dos chefes do Comando Vermelho, Alexander de Jesus Carlos, o Choque, passou por um procedimento cirúrgico para tratar uma vesícula, no Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro. O procedimento a priori seria gratuito, mas a Justiça revogou a gratuidade concedida a Choque por entender que ele tinha condições de pagar pela cirurgia. Segundo o jornal O Globo, a colecistectomia por vídeo custa cerca de R$ 20 mil, e o trafiante ainda teve uma despesa extra diária de R$ 4.838,55.
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O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) informou que o custodiado já recebeu alta nesta quarta-feira, 13, e retornou ao presídio federal.
O Hospital Samaritano, em Botafogo, onde Choque passou pela cirurgia, é de alto padrão e oferece uma das melhores estruturas de hotelaria da capital fluminense. De acordo com o site do hospital, todos os quartos da hotelaria contam com poltronas massageadoras, serviço de camareira, enxoval e mobiliário modernos e elegantes, banheiro adaptado, cama para acompanhante, TV, ar-condicionado, iluminação e persianas com controle automatizado, frigobar, cofre, Wi-Fi e amenities diferenciadas de higiene pessoal.
A ida de presos para hospitais particulares está prevista em lei, contato que não exista uma alternativa dentro do sistema penal. Ainda segundo apurado por O Globo, Choque foi atendido várias vezes dentro do ambulatório do Presídio Gabriel Ferreira Castilho, além de encaminhado a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) também em várias ocasiões. O traficante alegava fortes dores no abdômen e ao urinar.
A defesa informou nos autos de um processo na Vara de Execuções Penais a necessidade da realização da cirurgia em um hospital particular, que foi acolhida pelo juiz com parecer favorável do Ministério Público. O magistrado solicitou que a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) fosse informada com urgência para aprontar a saída de Choque a fim de realizar os procedimentos necessários na unidade de saúde.
Ele foi liberado para deixar o presídio em 8 de agosto, data marcada para a cirurgia. A expectativa era de que Choque ficasse apenas um dia internado, segundo indicava um relatório médico anterior. Passados dois dias da liberação do traficante, o juiz notou que não recebeu informações sobre o quadro clínico do chefe do CV e enviou um mandado de busca e apreensão ao diretor do hospital para obter dados sobre o traficante.
Mas segundo a defesa do traficante o que ocasionou a demora na alta foi a descoberta de que a vesícula de Choque estava cheia de pus. Ele precisou passar por um tratamento com antibiótico e um segundo procedimento cirúrgico.