James Watson, coautor da estrutura do DNA, morre aos 97 Anos
Watson ganhou reconhecimento histórico no campo da ciência aos 25 anos, ao colaborar com o cientista britânico Francis Crick na elucidação da estrutura em dupla hélice da molécula de DNA
O biólogo molecular americano James Watson, uma figura de grande influência na ciência do século XX, faleceu nesta quinta-feira (6), aos 97 anos de idade, na localidade de East Northport, no estado de Nova York (EUA). A informação da morte foi oficialmente confirmada por seu filho, Duncan Watson, ao jornal "The New York Times".
Watson ganhou reconhecimento histórico no campo da ciência aos 25 anos, ao colaborar com o cientista britânico Francis Crick na elucidação da estrutura em dupla hélice da molécula de DNA. Este feito científico resultou na concessão do Prêmio Nobel de Medicina ao duo em 1962, consolidando-o como uma das descobertas mais importantes para a compreensão da vida.
Em um estágio subsequente de sua carreira, Watson assumiu a liderança no lançamento do Projeto Genoma Humano, uma iniciativa de grande escala dedicada a mapear e sequenciar o código genético completo da espécie humana. Além disso, ele dirigiu o Cold Spring Harbor Laboratory, situado em Nova York, contribuindo significativamente para o desenvolvimento da instituição, que se tornou um dos centros de pesquisa de maior relevância no âmbito da biologia molecular global.
Apesar das conquistas científicas alcançadas e do papel fundamental no avanço do conhecimento genético, a carreira profissional de James Watson também registrou episódios de controvérsia pública. Em 2007, o pesquisador foi destituído de diversos títulos e cargos honorários após emitir declarações que sugeriam uma diferença de inteligência com base na raça, afirmando que indivíduos de ascendência negra seriam "menos inteligentes" do que pessoas brancas. Tais declarações, que voltaram a ser proferidas em ocasiões posteriores, resultaram no seu afastamento de posições de destaque.
O cientista americano é lembrado por suas contribuições definitivas para a área da genética e da biologia molecular, tendo estabelecido a base para inúmeras pesquisas subsequentes sobre hereditariedade e doenças. Seu trabalho com Crick não apenas desvendou a forma como a informação genética é armazenada e transmitida, mas também impulsionou o desenvolvimento da biotecnologia e de novas abordagens médicas. A longevidade de sua vida permitiu que testemunhasse grande parte dos avanços que sua descoberta original possibilitou.