Israel e Irã trocam acusações em reunião do Conselho de Segurança da ONU
Embaixadores de Israel e do Irã trocaram acusações e insultos durante reunião do Conselho de Segurança da ONU, nesta sexta-feira (20), em Nova York. O representante israelense, Danny Danon, afirmou que seu país não vai interromper os ataques até que a ameaça nuclear iraniana seja eliminada.
"Não pararemos", disse Danon. "Não até que a ameaça nuclear do Irã seja desmantelada, não até que sua máquina de guerra seja desarmada, não até que nosso povo e o seu estejam seguros."
Pressão cresce sobre o Irã em meio a impasse diplomático
Do lado iraniano, o embaixador Amir Saeid Iravani pediu ao Conselho que tome medidas urgentes. "Israel aparentemente declarou que continuará este ataque por quantos dias forem necessários. Estamos alarmados com relatos confiáveis de que os Estados Unidos... podem estar se juntando a esta guerra", afirmou.
Danon respondeu com ataques diretos, acusando Iravani de se fazer de vítima. "Como ousa pedir à comunidade internacional que o proteja das consequências da sua própria agenda genocida?", questionou.
A reunião, convocada por iniciativa do Irã e com apoio de Rússia, China e Paquistão, foi a segunda em menos de uma semana. O secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou à contenção. "Dêem uma chance à paz", declarou. Segundo ele, este é um momento decisivo, em que o rumo tomado pode definir o futuro da Humanidade.
Em Genebra, enquanto a ONU debatia, o chanceler iraniano Abbas Araghchi se reunia com ministros europeus em busca de uma saída diplomática. O presidente francês, Emmanuel Macron, adiantou que seria apresentada uma proposta abrangente ao Irã, incluindo pontos sobre o programa nuclear. Araghchi afirmou estar disposto a negociar.
Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump deu a si mesmo um prazo de duas semanas para decidir sobre eventual intervenção ao lado de Israel. A operação envolveria o uso de bombas de precisão contra instalações nucleares subterrâneas iranianas.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AEIA) reconhece que o Irã enriquece urânio a 60%, mas afirma que não há provas de que o país tenha capacidade de produzir uma ogiva nuclear funcional. O diretor da agência, Rafael Grossi, disse que "não vimos isso e temos que dizer".
O diplomata israelense Gideon Saar, em entrevista ao jornal alemão Bild, disse não confiar em negociações. "Todos os esforços diplomáticos até agora falharam", afirmou.
O porta-voz do Itamaraty francês, Christophe Lemoine, alertou que "soluções militares não são soluções de longo prazo". Já o secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, David Lammy, disse que há uma janela de duas semanas para uma saída pacífica. O secretário de Estado americano, Marco Rubio, reiterou que o Irã "nunca poderá desenvolver ou adquirir uma arma nuclear".
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