Hong Kong inicia luto pelos 128 mortos após incêndio
As autoridades responsáveis informaram que as operações de busca e resgate no complexo, localizado no distrito de Tai Po, ao norte da ilha, foram concluídas. No entanto, os oficiais alertaram que a contagem final de mortos pode aumentar
A região administrativa especial de Hong Kong iniciou um período oficial de luto com duração de cinco dias, a partir do sábado (29), em resposta ao mais severo incêndio registrado na cidade em cerca de oitenta anos.
No centro administrativo, o Chefe do Executivo, John Lee, e outras autoridades governamentais observaram três minutos de silêncio. O ato foi realizado como homenagem às vítimas do desastre.
O balanço total das vítimas do incêndio no complexo Wang Cheong House, um conjunto de apartamentos que estava em processo de reforma, é de 128 pessoas que perderam a vida. Adicionalmente, o número de indivíduos considerados desaparecidos atingiu a marca de 200.
Mais de 800 profissionais do corpo de bombeiros foram mobilizados para o combate às chamas. A operação de resposta envolveu o envio de 128 caminhões de bombeiros e 57 ambulâncias para a área afetada.
As autoridades responsáveis informaram que as operações de busca e resgate no complexo, localizado no distrito de Tai Po, ao norte da ilha, foram concluídas. No entanto, os oficiais alertaram que a contagem final de mortos pode aumentar, dependendo da confirmação de todos os desaparecidos.
O fogo atingiu o complexo, composto por oito blocos residenciais, na quarta-feira (26). Moradores que conseguiram deixar os edifícios buscaram abrigo em acomodações temporárias. O local do evento é conhecido por ser uma das áreas de maior densidade populacional no mundo.
Parte dos residentes ficou retida no interior dos apartamentos. O trabalho dos bombeiros foi prejudicado pela intensidade das temperaturas dentro das estruturas e pela queda de destroços, que impossibilitavam o acesso a algumas áreas.
O incêndio, caracterizado por grandes proporções e perda de vidas, reintroduziu o debate público acerca do uso de andaimes de bambu na construção civil de Hong Kong. O material é tradicionalmente reconhecido por sua flexibilidade e baixo custo. Contudo, o caráter inflamável do bambu tem sido novamente questionado por especialistas em engenharia civil e segurança em projetos de construção.
Na quinta-feira (27), um porta-voz da polícia local anunciou a detenção de três homens. Os indivíduos estão sendo acusados de "negligência grave" em relação ao ocorrido.
A polícia encontrou o nome da construtora em placas de poliestireno, um material inflamável. Os bombeiros localizaram essas placas bloqueando janelas do complexo de apartamentos. As autoridades de Hong Kong levantaram a suspeita de que outros materiais de construção encontrados nas unidades, como lonas, redes de proteção e coberturas plásticas, poderiam não estar em conformidade com os padrões de segurança estabelecidos. O processo de investigação segue em andamento para determinar as responsabilidades e causas do desastre.