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Guilherme Mazieiro

Com aumento de atritos Lira x Planalto, Alckmin diz que governo Lula é do “diálogo”

Governo tenta esfriar os ânimos com presidente da Câmara; relação se desgastou desde a votação que manteve Chiquinho Brazão preso

17 abr 2024 - 11h36
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O presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin (PSB).
O presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin (PSB).
Foto: CartaCapital

Em meio ao aumento das tensões entre o governo Lula (PT) e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), disse nesta quarta, 17, que o governo é do “diálogo”. Desde a semana passada, o presidente da Câmara e o Planalto protagonizam embates que desgastam a relação política entre ambos.

“O governo do presidente Lula é o governo do diálogo. Do diálogo. Aliás, quero celebrar o bom trabalho conjunto que foi a reforma tributária. Ninguém imaginava, num primeiro ano de governo, aprovar uma reforma do significado que tem para economia brasileira, e portanto social. Fruto do diálogo, ninguém precisa pensar igual, mas é importante trabalhar junto pelo Brasil”, disse Alckmin.

“Ninguém precisa pensar igual, mas é importante pensar pelo Brasil”, prosseguiu.

O vice-presidente Alckmin está na função de presidente em exercício em razão da viagem de Lula à Colômbia. As declarações foram feitas a jornalistas após evento que celebrou os 50 anos da relação Brasil-China. 

“Aprendi com Montesquieu [filósofo francês do Século XVIII] a tripartição clássica dos poderes, que devem ser independentes, mas harmônicos. O Judiciário tem sua tarefa como guardião da Constituição e por consequência da democracia; o Legislativo tem o papel extremamente importante na definição das leis e prioridades do país; e o Executivo é o executor das tarefas em nível federal”, disse. 

Atritos Lira x Planalto

Desde quinta-feira passada, 11, a relação política entre o presidente da Câmara e o Planalto está mais tensionada. O embate veio a público quando Lira disse que o articulador político de Lula, ministro Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais), era incompetente e um desafeto pessoal

Padilha respondeu publicamente tentando baixar o tom, dizendo que “quando um não quer, dois não brigam”. Ainda que Padilha e Lira não tenham mais se posicionado abertamente, o embate segue gerando atritos.

Nesta semana, o governo demitiu um primo de Lira que ocupava a chefia do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Alagoas. Em reação, Lira disse a líderes partidários que vai abrir espaço para atuação da oposição em medidas que podem desgastar o governo, como Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs).

Pelo Senado, um dos vice-líderes do governo, Jorge Kajuru (PSB-GO), mandou um recado da tribuna a Lira, dizendo que tem “nojo” de ver o deputado e que ele se vale da presidência da Câmara para fazer o presidente Lula de refém.

Fonte: Guilherme Mazieiro Guilherme Mazieiro é repórter e cobre política em Brasília (DF). Já trabalhou nas redações de O Estado de S. Paulo, EPTV/Globo Campinas, UOL e The Intercept Brasil. Formado em jornalismo na Puc-Campinas, com especialização em Gestão Pública e Governo na Unicamp. As opiniões do colunista não representam a visão do Terra. 
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