Expulsão da Enel da cidade de SP: uma realidade cada vez mais próxima
Graças à concessionária Enel, o paulistano passou a ter pavor de chuva. Basta aparecerem algumas nuvens pra bater logo o desespero: "Será que vou ficar muito tempo sem energia?". E, realmente isso acontece. Cai uma gota de chuva e a energia acaba. Por horas. Dias...
Graças à concessionária Enel, o paulistano passou a ter pavor de chuva. Basta aparecerem algumas nuvens pra bater logo o desespero: "Será que vou ficar muito tempo sem energia?". E, realmente isso acontece. Além de todo o transtorno pelo temporal em si, o inimigo agora é outro: cai uma gota de chuva e a energia acaba. Por horas. Dias... E, começa o desespero. Liga pra Enel, dão uma previsão (quando dão) e ela não se cumpre. Ligam, mandam mensagem, sinal de fumaça... nada acontece. Comida estragando remédios caros perdendo a validade... Tem sido assim faz um tempo. Um suplício que, pelo visto, tem data pra acabar.
Adeus, Enel?
Assim, o cenário para a Enel em São Paulo parece ter atingido um ponto de ruptura definitivo. Em uma mobilização conjunta, o governador Tarcísio de Freitas, o prefeito Ricardo Nunes e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciaram que formalizarão junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) o pedido de caducidade — que representa o cancelamento por descumprimento — do contrato de distribuição de energia na capital e em outros 23 municípios da região metropolitana.
A medida drástica é uma resposta direta aos episódios da última semana, quando milhões de paulistanos enfrentaram mais de cinco dias de escuridão. O caos foi provocado pela queda de árvores sobre a rede elétrica durante tempestades, expondo a fragilidade da infraestrutura e a lentidão na recuperação do serviço. AQssim, o governo estadual realizou um diagnóstico detalhado que aponta para um histórico de negligência na prestação do serviço.
"Insustentável"
Para Tarcísio de Freitas, a permanência da empresa tornou-se insustentável. O governador enfatizou que a distribuidora não possui mais condições técnicas ou reputacionais para operar em solo paulista, ressaltando que a população não pode ser constantemente "deixada na mão". O pedido de caducidade é a sanção mais severa prevista na legislação e pode impedir, inclusive, qualquer tentativa de renovação futura pela companhia.
Governo de SP, União e Prefeitura de São Paulo anunciam que vão pedir fim do contrato da Enel em SP.
Decisão conjunta foi tomada após análise de diversas falhas no fornecimento de energia em 24 municípios paulistas. Os recorrentes problemas no fornecimento e restabelecimento de… pic.twitter.com/5y4nV3Upxs
— Governo de S. Paulo (@governosp) December 16, 2025
O prefeito Ricardo Nunes reforçou o coro, afirmando que os recentes eventos climáticos provaram que a empresa carece de estrutura e compromisso para lidar com os desafios ambientais modernos. Atualmente, a capital concentra cerca de 75% dos clientes da área de concessão. Segundo Alexandre Silveira, embora o governo federal venha trabalhando na renovação de contratos com outras empresas, como a EDP e a Neoenergia, a situação específica da Enel é considerada um caso perdido devido à perda total de confiança por parte dos consumidores e das autoridades.