Lula indica foco do governo na eleição em 2026, cita Trump e prevê perda de ministros em última reunião do ano
Presidente disse que o ano que vem será o "ano da verdade" com recados aos ministros que pensam em deixar o governo
Lula enfatizou o foco do governo nas eleições de 2026 durante a última reunião ministerial de 2025, abordando a saída de ministros para disputas eleitorais, destacando a importância do diálogo e pedindo empenho na divulgação das ações governamentais.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu a última reunião ministerial de 2025, nesta quarta-feira, 17, mostrando que a eleição será o grande foco do ano que vem. Ele também deu um recado à sua equipe, dizendo que vai ficar "muito feliz" com a saída daqueles ministros que querem disputar os pleitos. Para Lula, 2026 será o "ano da verdade".
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Foco do governo está em 2026
Durante todo o discurso, Lula reforçou a necessidade de os ministros trabalharem na divulgação das ações do governo. Ele mencionou as pesquisas de opinião pública e a dificuldade de conquistar pontos com a população -- a mais recente, da Genial/Quaest, indicou que a gestão do petista permanece com desaprovação maior que a aprovação, mesmo com uma margem pequena.
"Terminamos o ano em uma situação amplamenta favorável, embora isso não apareça com a força que deveria aparecer nas pesquisas de opinião pública. Não aparece porque existe uma polarização no País. É como se fosse Corinthians e Palmeiras, Ceára e Fortaleza. Você tem uma rivalidade que ninguém muda de posição a não ser em momentos extremos", disse.
Segundo o petista, um desses momentos extremos vai acontecer ano que vem, com as eleições. "O dado concreto é que o ano eleitoral vai ser o ano da verdade. Nós temos que criar a ideia da hora da verdade para mostrar quem é quem nesse país, quem faz o quê nesse país", continuou Lula.
Saída de ministros
Mais uma vez, o presidente mandou um recado aos ministros que estão cogitando deixar o governo e aos seus partidos. "O ano que vem é o ano que a gente tem oportunidade, cada um ministro, cada partido que vocês participam, vai ter que decidir de que lado está. Eles vão ter que defender aquilo que eles acham que podem eleger", disse.
"É sempre assim, quando você tira um ministro ele chora. 'Por que eu?' Mas quando você não quer tirar, ele quer sair, ele encontra todos os argumentos necessários para sair e joga a responsabilidade em cima do povo. 'O povo quer que eu saia'. Eu vou ficar muito feliz que aqueles que tiverem de se afastar, se afastem. E, por favor, ganhem o cargo que vão disputar, não percam", disse Lula.
Ao todo, há uma ampla lista de ministros interessados em participar das eleições. É o caso do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que já indicou que deve trabalhar na campanha do próprio Lula à Presidência. Mas há ainda aqueles cotados para disputar vagas em governos estaduais, na Câmara ou no Senado, como é o caso de Simone Tebet, ministra do Planejamento, cotada para voltar à posição de senadora.
Trump
O presidente voltou a chamar 2025 de "ano da colheita", mencionando vitórias do governo federal no Congresso. Neste momento, ele aproveitou para encaixar rapidamente o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em seu discurso, usando-o como referência para falar sobre a importância do diálogo.
"Eu falei pro Trump, fica mais barato conversar e é menos sofrível conversar do que guerra. Se a gente acreditar no poder do argumento, no poder da palavra, a gente evita muita confusão entre os países", disse.
Os dois travaram uma relação amistosa nos últimos meses após sanções políticas e econômicas do norte-americano contra o Brasil. A mais recente atualização foi a retirada do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), da lista dos sancionados pela Lei Magnitsky, após pedidos de Lula.
