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Mais de 90% dos parlamentares do Paraná serão candidatos nas eleições 2018

Entre os 54 parlamentares da Assembleia Legislativa do Estado, só dois ainda não definiram, e dois não vão se candidatar; entre os 30 paranaenses na Câmara, só dois não estarão nas urnas

10 ago 2018 - 12h59
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CURITIBA - Passa de 90% a taxa de deputados estaduais do Paraná que tentarão a reeleição ou se candidatarão a algum outro cargo nas eleições 2018. Segundo levantamento feito pelo Estado, entre os 54 parlamentares da Assembleia Legislativa paranaense, dois não definiriam ainda se vão se candidatar, e outros dois não pretendem ocupar mandatos eletivos a partir do ano que vem. E entre os 30 deputados federais do Paraná, dois não concorrerão no pleito deste ano.

Cinco deputados estaduais pretendem chegar ao Legislativo Federal, e Ratinho Junior tentará se eleger governador do Paraná. Já entre os deputados federais, quatro são pré-candidatos ao Senado e os demais à reeleição. Todos os senadores do Estado se candidatarão em 2018: Gleisi Hoffmann (PT) à Câmara Federal, Roberto Requião (MDB) à reeleição, e Alvaro Dias (Podemos) à Presidência da República.

Senadores Roberto Requião (MDB) e Gleisi (PT) serão candidatos
Senadores Roberto Requião (MDB) e Gleisi (PT) serão candidatos
Foto: Pedro França/Agência Senado / Estadão

Entre os que não pretendem continuar na vida pública nos próximos anos, está o deputado estadual Pastor Edson Praczyk (PRB), que finaliza seu quinto mandato na Assembleia. "Na Igreja (Universal do Reino de Deus), há um conselho político que diz quem será o candidato, não sou eu que coloco meu nome para apreciação", disse o parlamentar, afirmando que a escolha de não concorrer não coube a ele.

O deputado estadual Rasca Rodrigues (Podemos) alegou que tem outro motivo para não se candidatar neste ano: falta de recursos para a campanha. Ele afirmou que, por não representar especificamente nenhuma região do Paraná e não ser conhecido em todo o Estado, precisa de cabos eleitorais para pedir votos. "Na eleição proporcional, o eleitor não discute, atende a um pedido de voto de um amigo. E precisamos de quem peça voto, porque você não consegue apertar a mão de todo mundo. E isso custa (dinheiro)", disse.

Conhecido por representar especialmente a causa ambiental, Rodrigues afirmou que a proibição de doação de empresas para campanhas eleitorais e a distribuição de verbas do fundo partidário essencialmente aos deputados federais são causas dessa falta de recursos para as bases. "Além disso, a política que eu pratico, que é do meio ambiente, é um discurso bonito, toda sociedade aplaude, mas no fundo não concorda", declarou.

O cientista político da PUCPR Mário Sérgio Lepre afirmou que a proibição de doação eleitoral de empresas favorece a reeleição. "Como solução para a falta de dinheiro, criaram o fundo partidário, mas a legenda vai determinar para onde vai esse dinheiro, e é óbvio que vai financiar a campanha daqueles que já são os políticos (eleitos) do partido", explicou.

A advogada Ana Carolina Clève apontou "a redução do tempo de campanha e dos instrumentos de propagada, como outdoors e outros recursos" também favorecem quem já tem mandato, "somada ao pouco tempo que um novo candidato tem para expor suas ideias".

Lepre explicou que, no entanto, mesmo entre as democracias "mais avançadas", a taxa de renovação dos Legislativos é baixa, e que o problema maior enfrentado pelos políticos do Brasil é a descrença do brasileiro na política.

Estadão
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