Ibovespa tem alta discreta com apoio de Vale e dados dos EUA e eleição no radar
O Ibovespa tinha uma alta discreta nesta quinta-feira, após duas quedas seguidas, em movimento sustentado principalmente pelas ações da Vale, enquanto agentes financeiros repercutem dados de preços ao consumidor nos Estados Unidos, mas sem tirar o cenário político nacional do radar.
Por volta de 11h40, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, subia 0,16%, a 157.580,39 pontos, chegando a 157.761,74 pontos no melhor momento e marcando 157.226,08 pontos na mínima. O volume financeiro somava R$5,6 bilhões.
Nos EUA, o índice de preços ao consumidor subiu 2,7% em novembro na base anual, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta-feira. Economistas consultados pela Reuters previam alta de 3,1%. O índice teve avanço de 3,0% nos 12 meses até setembro. Não foi publicada a variação mês a mês.
Em Wall Street, os pregões abriram com viés positivo, em meio a um ligeiro aumento na probabilidade de o Federal Reserve cortar a taxa de juros em sua próxima reunião de política monetária, em janeiro.
A disputa presidencial no próximo ano continua no radar dos agentes financeiros. Na véspera, o Ibovespa chegou a trabalhar abaixo dos 157 mil pontos, em parte pressionado por receios políticos. Em duas sessões, acumulou um declínio de mais de 3%, considerando dados de fechamento.
A Genial Investimentos destacou que, na leitura dos investidores, a pesquisa Genial/Quaest consolidou o senador Flávio Bolsonaro como possível candidato para a eleição presidencial em 2026, mas com elevada rejeição, reforçando o favoritismo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No mercado, há expectativa de que uma troca no Planalto melhore o quadro fiscal do país, dada a trajetória crescente da dívida pública em relação ao PIB. Flávio tem se reunido com agentes do mercado financeiro, que vinha nutrindo esperanças de o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, se candidatar.
Nesta quinta-feira, pesquisa AtlasIntel para a Bloomberg mostrou Lula mantendo liderança de intenções de voto nos cenários para a eleição presidencial de 2026 e o filho mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro com desempenho melhor que Tarcísio nos cenários simulados de primeiro turno.
Na visão do analista Felipe Cima, da Manchester Investimentos, o mercado segue um pouquinho mais pesado em dezembro e essa deve ser a tendência pelo menos até a definição do cenário político, bem como do início de um ciclo de queda da Selic no próximo ano.
"Temos uma tendência, por ora, negativa na bolsa...forças que fizeram a bolsa subir, que deixaram todo mundo feliz ao longo do ano, começam a arrefecer. É natural que...a insegurança, leve os agentes a colocar um pouco desse dinheiro no bolso e já se preparar para o ano que vem."
DESTAQUES
- VALE ON subia 1,23%, conforme os futuros de minério de ferro ampliaram ganhos nesta quinta-feira, na esteira da melhora nas margens do aço e pela expectativa de reposição de matéria-prima entre as usinas siderúrgicas da China. O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou a sessão do dia com alta de 1,63%.
- PETROBRAS PN cedia 0,32%, mesmo em sessão positiva para os preços do petróleo no exterior, onde investidores avaliam a chance de novas ações dos Estados Unidos contra a Rússia e risco de fornecimento com o bloqueio de navios de petróleo venezuelanos. O barril sob o contrato Brent mostrava acréscimo de 0,77%.
- ITAÚ UNIBANCO PN subia 0,36%, experimentando uma trégua na correção negativa dos últimos dois pregões, em sessão de variações modestas entre os bancos do Ibovespa. BRADESCO PN tinha alta de 0,11%, BANCO DO BRASIL ON apurava acréscimo de 0,32% e SANTANDER BRASIL UNIT registrava elevação de 0,41%.
- BRAVA ENERGIA ON avançava 7,95%, no quinto pregão seguido de alta. Na véspera, o diretor financeiro da petroleira disse que a companhia tem sido muito procurada por agentes de mercado interessados em avaliar possíveis operações de fusões e aquisições e que a companhia está atenta a eventuais oportunidades de negócios.
- BB SEGURIDADE ON subia 1,75%, tendo como pano de fundo anúncio na noite de quarta-feira do grupo de previdência e seguros do Banco do Brasil de que o seu conselho de administração aprovou a distribuição de R$8,72 bilhões em dividendos referentes ao lucro líquido do exercício de 2025.
- DIRECIONAL ON recuava 2,16%, ampliando a correção negativa em dezembro, após forte valorização acumulada até o final de novembro, de 130%. No setor, CYRELA ON perdia 2,29%, enquanto MRV&CO ON mostrava decréscimo de 0,12%. O índice do setor imobiliário caía 0,7%.
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