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Leia oito análises sobre as eleições municipais 2020

Temas vão do PCC na política à dificuldade de candidatos apoiados por Bolsonaro emplacarem

15 nov 2020 - 05h10
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Seis especialistas escreveram sobre diferentes temas relacionados às eleições municipais 2020. O repórter especial do Estadão Marcelo Godoy mostra como Primeiro Comando da Capital (PCC) entrou para a política e se tornou um partido, cuja ideologia é a do lucro. Marco Antonio Carvalho Teixeira, coordenador da FGV, escreveu sobre o impacto da pandemia na disputa eleitoral. O professor da Unesp Marco Aurélio Nogueira contou sobre o enfraquecimento dos candidatos apoiados por Bolsonaro. As advogadas Gabriela Araujo e Maíra Recchia escrevem sobre avanços e retrocessos na luta por igualdade na política. O cientista político Miguel Lago analisou a candidatura de Eduardo Paes, que não é nem governo nem oposição. O cientista político da FGV Claudio Couto comentou sobre sa dificuldades que Jair Bolsonaro deve enfrentar para tentar a reeleição sem partido. O doutor em ciência política Rafael Cortez trata dos dilemas atuais de um candidato a vereador. E o diretor da Bites, Manoel Fernandes, discorre sobre a nova esquerda digital encabeçada por Guilherme Boulos e Manoela D'Avila.

Eleições para prefeito e vereador acontecem neste domingo.
Eleições para prefeito e vereador acontecem neste domingo.
Foto: Fabio Pozzebom / Agência Brasil / Estadão

A nova sintonia dos gravatas

Marcelo Godoy, repórter especial do Estadão

A ideia nasceu em 2001. A facção dizia então ser capaz de reunir de 300 mil a 500 mil votos para levar ao Congresso o seu representante. Os bandidos do Primeiro Comando da Capital (PCC) se referiam à organização como "o partido", demonstrando desde o começo as suas intenções. Um advogado então despontava como o candidato do "partido do crime" para "defender o direito ao voto dos presos e lutar contra as injustiças do sistema prisional brasileiro". Escutas da Polícia Civil em 2002, às vésperas das eleições, detectaram pela primeira a vez a facção indicando para a sua clientela o voto em candidatos, quase sempre para se vingar de quem contrariara seus interesses.

Nas eleições seguintes, o PCC continuou usando advogados como candidatos. Todos eles eram, segundo a polícia, pombos-correio da facção e integrantes da chamada Sintonia dos Gravatas, o chamado departamento jurídico da organização criminosa investigado pela Operação Ethos, do Ministério Público, que valeu para Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, mais uma condenação a 30 anos de cadeia por organização criminosa. O esquema da Sintonia dos Gravatas não mais comportava as relações do PCC com o mundo político. A mudança foi consequência da decisão da cúpula da facção de investir no tráfico internacional de drogas.

Foi em 2008 que Wagner Roberto Raposo Olzon, o Fusca, foi enviado à Bolívia e ao Paraguai para acertar os primeiros detalhes do que se tornaria a Sintonia do Tomate, o setor do tráfico internacional de drogas da facção. A aliança com máfias e cartéis internacionais faria o PCC e seus traficantes mudarem de patamar - a Operação Sharks chegaria à conclusão de que o PCC se transformara em uma organização bilionária. O dinheiro passava a ser lavado por doleiros por meio do dólar-cabo, a mesma estrada por onde passa o dinheiro da corrupção. Os integrantes da facção começaram a se apresentar como empresários e mudaram de universo para lavar o dinheiro do tráfico. Surgiu aí um novo mundo, o dos contratos com o poder público, apropriados pelos bandidos que financiam campanhas e ameaçam os políticos concorrentes. À gravata dos tribunais, a facção acrescentou a da política. O PCC virou um partido, cuja ideologia é a do lucro.

O peso da TV - e das redes

Marco Antonio Carvalho Teixeira, coordenador do curso de administração pública da FGV EAESP

A covid-19 alterou completamente o percurso da disputa eleitoral de 2020. As campanhas, ao lidarem com os limites impostos pelo isolamento social, se viram alijadas de comícios e eventos tradicionais das disputas políticas. Assim, candidatos com maior tempo do horário eleitoral gratuito ganharam uma enorme vantagem competitiva em relação aos demais. Os com menor acesso, mas que já faziam uso intenso das redes sociais, poderiam compensar, ao menos parcialmente, essa desvantagem na busca de votos.

As duas candidaturas que chegam à frente na capital paulista parecem ter usado muito bem essas duas possibilidades. Bruno Covas, com uma coligação de 10 partidos, teve 3m29s no horário eleitoral, 42 segundos a mais que a soma dos seus três adversários mais competitivos: Boulos, Russomanno e França. No espaço, Covas exaltou seu governo, falou de sua liderança no combate à covid-19 e evitou João Doria, com quem foi eleito vice-prefeito em 2016 e amarga alta taxa de impopularidade em terras paulistanas.

Com apenas 17 segundos no horário eleitoral, Guilherme Boulos compensou parcialmente essa fragilidade com o uso intenso das redes sociais. Se tornou o campeão de interações e também conseguiu liderar a arrecadação de fundos para a sua campanha por meio de financiamento coletivo. Foi sobretudo pelas interações em redes sociais que Boulos avançou sobre o eleitorado petista.

As pesquisas entre o início e a reta final da campanha ajudam a entender a importância do horário eleitoral e das redes sociais. Uma semana antes do início do horário eleitoral (2/10), Bruno Covas estava em 2.º lugar com 20% de intenção de voto na pesquisa Ibope. Na última sondagem do mesmo instituto (14/11), já ocupava a 1.ª posição com 38%. Boulos, tomando o mesmo período como exemplo, largou com 8%, na 3.ª posição e chega agora com 16%, numericamente em 2.º lugar.

Óbvio que existem outros fatores que contribuem no entendimento do movimento eleitoral desses dois candidatos. Mas é inegável que o isolamento social deixou os eleitores mais expostos aos meios de comunicação e as diferentes ferramentas que compõem as redes sociais.

Bolsonaristas perdem ímpeto

Marco Aurélio Nogueira, professor titular de teoria política da Unesp

A pandemia não impediu a realização das eleições de 2020. É um marco para a democracia brasileira, tão maltratada ultimamente. Em ano tão atípico e cruel, algo para comemorar.

Como sempre, a disputa foi aguda nas capitais, onde os temas locais prevaleceram sem que a política nacional deixasse de ressoar. Novos polos ganharam destaque, deslocando o embate PT x PSDB. Na corrida paulistana, todos bateram em Bruno Covas e tentaram associá-lo ao governador João Doria. O PT minguou, em benefício do candidato do PSOL, Guilherme Boulos. O quadro ficou diferente.

O bolsonarismo procurou sobreviver girando em torno de um "anticomunismo" estapafúrdio, que não adere aos fatos da vida. Nas capitais, o eleitor não se dispôs a apoiar candidatos vinculados a Bolsonaro. Em São Paulo, a aposta em Russomanno foi um fiasco. Assim também no Rio, com Crivella. Os bolsonaristas perderam o ímpeto de 2018, perturbados pela charlatanice errática do presidente.

Despontaram caras novas: Manuela D'Avila em Porto Alegre, Boulos, Marina Helou e Arthur do Val em São Paulo, João Campos e Marilia Arraes no Recife. Sinal de que pode estar amadurecendo uma nova geração política. Entre os candidatos a vereador, muita disposição renovadora. O fim das coligações para as Câmaras Municipais fez os partidos mostrarem a cara, mas não ajudou a unificá-los. Os velhos caciques da política mal apareceram.

Nas grandes cidades, a disputa foi para saber quem irá ao segundo turno. Na capital paulista, a candidatura de Bruno Covas à reeleição ultrapassou 30% das intenções de voto. Chegará com força ao segundo turno, ainda sem saber quem o enfrentará.

Falou-se a língua das cidades: mobilidade, transporte, saneamento, enchentes, habitação, lixo. Os debates entre os candidatos foram pobres. Pouca atenção foi dada ao problema ambiental, à saúde pública e à batalha contra a covid-19, temas que dramatizarão a pauta dos próximos gestores. A omissão evidenciou o despreparo dos candidatos e as incertezas que cercam a evolução do vírus e as perspectivas de vacinação.

Democracia, gênero e raça

Gabriela Araujo e Maíra Recchia, advogadas e co-coordenadoras do observatório de candidaturas femininas da OAB/SP

Por mais de 20 anos após a publicação da lei que estabeleceu reserva de vagas para mulheres nas chapas partidárias, o Parlamento brasileiro permaneceu composto por 90% de homens, na sua maioria brancos. Isso repercutiu também nas Casas Legislativas, em uma política institucional sexista vinda das estruturas partidárias, o que justificou ausência de medidas legislativas mais concretas que buscassem de fato promover a inclusão das mulheres nas esferas de poder.

Foi necessária a intervenção do Poder Judiciário, que se intensificou a partir de 2018, para se verificar uma tímida melhoria nesse quadro: a Câmara dos Deputados passou a ter 15% de mulheres ocupando seus assentos, após medidas que obrigaram os partidos a destinar um porcentual mínimo de financiamento público de campanha e de exposição na propaganda de rádio e TV para as candidaturas de mulheres.

As eleições 2020, por sua vez, são as primeiras a se realizar com a proibição de coligações proporcionais - o que implica em maior número de mulheres candidatas -, e com a obrigatoriedade de destinação de financiamento público de campanha e visibilidade em propaganda atendendo também a critérios de raça, esta última sendo mais uma conquista por vias judiciais.

No entanto, a possibilidade da invocação da autonomia partidária para distribuição dos recursos com uma lógica eleitoral que prioriza grandes cidades, capitais e candidaturas majoritárias tem gerado já uma série de denúncias de candidatas à vereança que não receberam nenhum recurso público de seus partidos.

Tais denúncias trazem à tona a reprodução de inúmeras formas de violência já sofridas pelas mulheres deste país, e que ocorre nos mais diversos espectros de suas trajetórias políticas, consubstanciada na violência política de gênero. A mudança do cenário de sub-representação feminina na política requer a imposição de mecanismos estruturais que garantam a efetividade das cotas afirmativas e a expectativa é de que as alterações nos aspectos da visibilidade, financiamento de campanha, com a mobilização da sociedade e instituições quanto ao tema tenham algum impacto nestas eleições, já que não há democracia sem igualdade de gênero e raça.

Um outsider paradoxal

Miguel Lago, cientista político e professor visitante da Universidade de Columbia

O Rio de Janeiro é o berço do bolsonarismo. Em 2018, o capitão reformado obteve cerca de 60% dos votos ainda no 1.º turno da eleição. Era portanto de se esperar que o presidente se empenhasse em eleger um prefeito do Rio à sua imagem e semelhança.

No entanto, até o momento, não há sinais de que Luiz Lima, o único autêntico candidato de extrema-direita, repetirá o fenômeno Wilson Witzel - que, aos 45 minutos do segundo tempo, passou de desconhecido a vencedor nas últimas eleições para governador. Luiz Lima é um fiel aliado do presidente e comunga da mesma visão de mundo. Como explicar então que Bolsonaro não esteja empenhado publicamente em elegê-lo?

A sustentação que recebe da segunda maior emissora de televisão e da Igreja Universal do Reino de Deus vem acompanhada da cobrança de um dízimo. No caso, o apoio envergonhado a Marcelo Crivella, um prefeito impopular.

Curiosamente um fenômeno análogo acomete a oposição. Sua grande aposta é uma elogiadíssima ex-chefe da polícia civil que articula o discurso da ordem a partir de um campo progressista. Embora, eleitoralmente, essa estratégia de sincretismo político faça sentido, ela significa também abdicar da construção de uma visão alternativa de cidade.

O fato de os progressistas preferirem a delegada Martha Rocha a Benedita da Silva ou Renata Souza, duas mulheres negras e vindas da favela, é também o resultado de quatro décadas onde o pragmatismo sempre prevaleceu. Desde 1982, as esquerdas no Rio se dobram à governabilidade: Brizola com o Chaguismo, o PT em suas alianças pouco republicanas com Garotinho e com Cabral. A governabilidade é nociva para a mobilização. Ela enfraquece a paixão dos bolsonaristas e impede as esquerdas de construírem um horizonte alternativo. Quando, em um contexto de crise, os políticos abandonam a ideia de futuro, só resta ao eleitor se refugiar no passado.

Eduardo Paes lidera e segue despontando como favorito em todas as projeções de 2º turno, sem precisar acenar para o bolsonarismo, nem para a oposição. Retrato do político profissional, daquele que sempre compôs grandes coalizões, Paes encarna paradoxalmente um novo tipo de outsider. Aquele que na ausência de promessas de futuro, é o único capaz de trazer o passado prometido de volta.

Disputa pesa no Congresso

Cláudio Couto, professor de ciência política da FGV EAESP e produtor do canal do YouTube "Fora da política não há salvação"

Desde a redemocratização, Jair Bolsonaro é, com Itamar Franco em 1992, o único presidente sem partido durante eleições municipais. Sarney teve o PMDB em 1985 e 1988; Fernando Henrique Cardoso viu se multiplicarem prefeitos e vereadores do PSDB em 1996 e 2000; Lula viu o mesmo com o PT em 2004 e 2008; finalmente, com Dilma o PT ganhou capitais (dentre elas, São Paulo) em 2012 e definhou no ano de seu impeachment, 2016 - quando perdeu cerca de 60% de seus prefeitos e vereadores, além de ser varrido das capitais e grandes cidades.

Em tais disputas, o ocupante do Planalto é personagem indireto, porém importante, dos pleitos municipais. O eleitor vota mirando questões locais (buraco da rua, enchente, transporte, unidade de saúde, escola infantil...), mas a força organizacional de sua agremiação é reforçada por estar no governo, normalmente beneficiando o desempenho eleitoral, como com FHC e Lula. Porém, se o presidente vai mal, seu partido se ressente, como ocorreu com Sarney em 1988 e Dilma em 2016.

Hoje, Bolsonaro não tem partido porque assim o quis. Como se fosse a Amazônia ou o Cerrado, devastou sua relação com o PSL, legenda pela qual se elegeu e que, depois, deixou. A agremiação tem o maior quinhão do fundo eleitoral, mas isso pouco tem servido, pois rateia nas disputas locais. Tentou criar o Aliança pelo Brasil, mas fracassou. Agora, com filhos no Republicanos, apoia seus candidatos a prefeito em São Paulo e Rio de Janeiro, mas ambos patinam.

O mesmo ocorre com a maioria dos candidatos a prefeito identificados com o bolsonarismo. Ganha terreno a direita tradicional, da "velha política", que em parte se aliou a Bolsonaro no Centrão, mas não a ponto de se sacrificar por ele.

Eleições municipais importam para a disputa nacional subsequente. Não por anteciparem o que virá, mas porque a rede política formada por prefeitos e vereadores pesa na disputa para o Congresso Nacional dois anos depois. Sem partido, Bolsonaro não terá isso; tem dois anos para resolver o problema.

Dilema do candidato a vereador

Rafael Cortez, doutor em ciência política e sócio da Tendências Consultoria

As eleições municipais de 2020 já têm seu lugar na história. Não se trata de um exagero retórico. A ocorrência do pleito eleitoral em meio a uma pandemia já seria suficiente para dar destaque à atual corrida eleitoral. Tal particularidade é ainda mais acentuada por uma importante alteração institucional, a proibição das coligações eleitorais nas eleições legislativas. As incertezas decorrentes deste cenário são especialmente reforçadas nas disputas para vereador. Os dilemas para os milhares de candidatos em busca de uma vaga no Legislativo foram bastante exacerbados. As regras eleitorais devem premiar nomes tradicionais em função dos desafios para cada concorrente criar uma imagem junto ao eleitor. O peso das redes sociais pode trazer, por outro lado, um fôlego para candidaturas não territorializadas, tais como os projetos de candidaturas coletivas.

A busca por uma vaga no Legislativo é bastante desafiadora. Em geral, essas campanhas ficam na sombra da competição para prefeito. Consolidar a imagem de um postulante é uma tarefa inglória. O espaço na opinião pública é diminuto e os segundos no horário eleitoral são como "goiabada cascão em caixa". A regra eleitoral incentiva os partidos a lançar o maior número de candidatos possível, reforçando o custo informacional para o eleitor encontrar seu candidato. Quanto mais candidatos por partido, maior a chance de conquista de uma vaga.

A pandemia, nesse sentido, apenas exacerbou os desafios na conquista do voto, seja pela insegurança dos eleitores ou pela falta de impacto do debate para vereador. Há, assim, dois tipos de perfis competitivos em eleições com tamanha oferta de candidatos. Nomes com histórico anterior e com base eleitoral já consolidada; candidatos com elevada reputação de atividade fora da política.

As limitações ao corpo a corpo somadas ao peso das redes sociais na busca por informação política podem reforçar um tipo de representantes que perdeu espaço: sem base geográfica concentrada, mas associado a uma questão ideológica ou tema de política pública. Com esse custo informacional não é improvável que o "candidato a vereador" seja escolhido nos minutos antes da votação.

Análise: A nova esquerda digital

Manoel Fernandes, diretor da Bites

Dois candidatos a prefeito e, talvez, os seus partidos deixarão o primeiro turno da eleição municipal com o real entendimento do impacto da internet na formação da opinião do eleitor. Guilherme Boulos (PSOL) em São Paulo e Manuela D'Ávila em Porto Alegre repetiram parte do fenômeno que fez o presidente Jair Bolsonaro ganhar a eleição de 2018 com apenas sete segundos no horário eleitoral.

Ao contrário do PT, que ainda não se recuperou do tombo de dois anos atrás, Boulos e Manuela deixaram mais leve e pessoal a conversa com seus eleitores por meio das redes sociais e se aproximaram mais das táticas da rede bolsonarista e dos movimentos mais conservadores até aqui hegemônicos na construção de narrativas para a opinião pública digital.

Publicando posts mostrando a casa, ao lado da filha, a rotina longe da política e mesmo zombando de notícias falsas produzidas por seus adversários, a candidata do PCdoB humanizou a campanha e colocou em segundo plano o discurso mais dogmático da sua legenda, algo que Orlando Silva não conseguiu reproduzir em São Paulo. Boulos criou memes de si próprio e até apareceu ensinando em um vídeo a sua receita de costela de porco. Nada parecido com a sisudez da esquerda tradicional.

Esses dois personagens caminham para conquistar a liderança do campo da nova esquerda digital. O PT não seguiu a mesma trilha. Com exceção de Marília Arraes no Recife e Benedita da Silva no Rio de Janeiro, nenhum candidato da legenda conseguiu no primeiro turno ter forte presença na campanha eleitoral na internet. Essa eleição reforçou o que já se sabia há algum tempo. Não há mais espaço para a política analógica.

Os candidatos a prefeito das capitais, acompanhados diariamente pelo Sistema Analítico BITES, publicaram 144 mil posts desde 27 de setembro quando a campanha começou. Essas peças de campanha receberam 95 milhões de interações (curtidas, comentários, compartilhamentos e retuítes) dos seus seguidores.

Desse total, Boulos conseguiu 24% da atenção e Manuela, 10%. A segunda posição foi de Arthur do Val, candidato do Patriotas em São Paulo, que ficou com 17% das interações - e que não tem chances de vencer, mas sai muito maior do que entrou na campanha. Ele repetiu na disputa toda a estratégia que fez do seu grupo político, o MBL, uma das forças emergentes de 2018.

O ecossistema da política digital brasileira tem 402 milhões de contas no Facebook, Twitter, Instagram e YouTube seguindo os perfis oficiais nessas redes sociais do presidente da República, senadores, deputados federais, governadores, deputados estaduais, prefeitos e vereadores das capitais. É o suficiente para pautar o debate político e tornar as redes, cada vez mais, uma arena da democracia.

Estadão
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