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'Iam roubar SP e eu impedi', diz Haddad sobre 'mensalinho'

Ex-prefeito da capital paulista se irrita ao responder sobre denúncias do Ministério Público

29 ago 2018 - 22h42
(atualizado às 22h52)
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O candidato a vice-presidente pelo PT nas eleições 2018, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira, 29, que não houve pagamentos de caixa-dois por parte de membros da empreiteira UTC na época em que era prefeito de São Paulo. Em Belo Horizonte, Haddad se irritou com a imprensa ao ser questionado sobre as denúncias feitas pelo Ministério Público paulista.

Fernando Haddad, vice de Lula, participa de reunião com reitores em Belo Horizonte, Minas Gerais, com Dilma Rousseff e o governador Fernando Pimentel.
Fernando Haddad, vice de Lula, participa de reunião com reitores em Belo Horizonte, Minas Gerais, com Dilma Rousseff e o governador Fernando Pimentel.
Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação / Estadão Conteúdo

Nesta semana, o MP enviou à Justiça o parecer de que o ex-secretário de saúde de Haddad, João Filipe Jr., teria recebido dinheiro para atender aos interesses da UTC junto à prefeitura da capital paulista. Além disso, o ex-secretário também seria o responsável por receber caixa-dois da empreiteira para pagar dívidas da campanha do petista de 2010.

"Eu já demonstrei que os interesses da empresa em São Paulo foram contrariados. Eles iam roubar São Paulo e eu impedi", disse Fernando Haddad. O candidato a vice se irritou ao ser questionado sobre a questão. "Quantos políticos no Brasil tem condições de apresentar as provas que eu apresentei?, afirmou.

Bastante irritado com as perguntas, o ex-prefeito criticou o tratamento da imprensa com a situação. "Vocês deviam usar a profissão de vocês para ajudar o país e não para confundí-lo", disse.

Fernando Haddad é o candidato a vice do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Lava Jato, e existe a expectativa de que o ex-prefeito assuma a cabeça da chapa petista caso Lula seja impedido de concorrer por conta da lei do Ficha Limpa, que impede a candidatura de condenados em segunda instância.

Na capital mineira, Haddad participou de um ato com o candidato ao governo mineiro Fernando Pimentel, que tenta a reeleição nas eleições 2018, e com a ex-presidente cassada Dilma Rousseff, postulante ao Senado. O ex-prefeito se reuniu com reitores de universidades federais mineiras.

Redes Sociais

Na entrevista em Belo Horizonte, Fernando Haddad também comentou sobre a investigação do Ministério Público em Minas Gerais, que apura possíveis crimes eleitorais no caso de influenciadores digitais que teriam sido pagos para fazer campanha para petistas. Duas das empresas investigadas pertencem ao candidato do PT ao Senado em Minas, Miguel Corrêa Júnior.

"Se a pessoa usou isso, cabe multa, tem que apurar. Tem que ver se foi o candidato ou foi outra pessoa", disse o ex-prefeito de São Paulo, que criticou também o Estado pela divulgação desse caso. "Isso é uma apuração que cabe uma multa. Às vezes vocês exageram" disse.

Uma fonte ouvida pela reportagem confirmou que existe a possibilidade do PT em Minas Gerais retirar a candidatura de Miguel nas eleições 2018. O nome mais forte para assumir a vaga seria do deputado federal Jaime Martins (PROS). O apoio do PROS ao PT mineiro seria informal, já que as atas dos partidos não foram registradas na mesma coligação.

Uma reunião da coligação do PT, que reuniu PSB, PCdoB, DC e PR, deve decidir os rumos da candidatura de Miguel Corrêa Júnior.

Propostas

Fernando Haddad participou de um comício para divulgação do plano de governo da candidatura de Lula na terça-feira, em evento que foi marcado por críticas à Aécio Neves, candidato a deputado federal, e à Antonio Anastasia, postulante ao governo de Minas Gerais. Somente na entrevista desta quarta-feira o ex-prefeito falou sobre as propostas. "Teremos um combate vigoroso ao cartel dos bancos, quanto mais juros o banco cobrar, mais imposto ele vai pagar", disse o candidato a vice, que também é o coordenador do programa de governo de Lula.

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