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Debate em Minas é marcado por polarização entre Pimentel e Anastasia

Candidatos concentraram ataques ao cenário de oposição entre governador e senador

17 ago 2018 - 02h36
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BELO HORIZONTE - O primeiro debate entre os candidatos ao governo de Minas Gerais, promovido pela TV Bandeirantes nesta quinta-feira, foi marcado pela polarização entre o atual governador Fernando Pimentel (PT) e o ex-governador Antonio Anastasia (PSDB). Os demais candidatos concentraram ataques contra a gestão do petista.

Ao longo do debate, Fernando Pimentel tentou aproximar a sua candidatura com a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Operação Lava Jato. O governador mineiro disse mais de uma vez que a crise financeira do Estado acontece por "um estrago que 12 anos de gestão tucana fizeram em Minas Gerais".

"Foi um debate de cinco contra um, mas isso faz parte da democracia, não acho que isso prejudique nosso desempenho", disse o governador mineiro. Pimentel também declarou que muitos dados apresentados "não correspondem à realidade".

Já Antonio Anastasia não desviou de comparar as ações de quando esteve à frente do governo mineiro, entre 2010 e 2014, com o governo petista. "Existe uma comparação entre o que aconteceu em nosso tempo e o que acontece agora", declarou. Sem poupar Pimentel de críticas, o senador afirmou que o Estado "tem a obrigação de estimular a criação de empregos".

Apesar das muitas críticas à polarização política, Anastasia afirmou que o debate foi propositivo. "Mesmo quando há o ataque, ele é baseado em uma proposta", disse o senador.

Mesmo em meio ao imbróglio sobre sua candidatura, o ex-prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), participou do debate na Band. Em suas falas, Lacerda não deixou de atacar a "velha política", que teria agido para retirar sua candidatura da disputa ao governo de Minas Gerais. "Nós temos todos os fundamentos jurídicos e legais para defender a nossa candidatura. Foi uma decisão arbitrária e ilegal", disse o ex-prefeito.

João Batista Mares Guia (Rede) aproveitou as perguntas para criticar tanto Anastasia quanto Fernando Pimentel. "O governador parecia que estava em outra galáxia, pois todos os problemas do Estado é 'Herança Maldita'. Anastasia também não assumiu que o governo dele gerou a crise fiscal", afirmou.

Dirlene Marques (PSOL) também não deixou de criticar os candidatos do PSDB e do PT, principalmente pelas propostas econômicas de Anastasia, segundo ela baseadas em privatizações, e na "falta de respeito" com a área da educação, do governo de Pimentel. Dirlene só mencionou que é a única candidata ao governo mineiro no último bloco do debate.

Claudiney Dulim (Avante), que foi confirmado como candidato já no final do período das convenções partidárias, afirmou, em mais de uma oportunidade, que a crise econômica vivida por Minas Gerais foi provocada por "16 anos de má gestão neste Estado".

'Aécio se esconde', disse Pimentel

Somente no quarto bloco do debate o senador Aécio Neves, que tentará uma vaga na Câmara dos Deputados, foi citado pelos candidatos. Fernando Pimentel (PT) lembrou de Aécio ao criticar o tratamento da gestão do tucano (2003-2010) com a educação. "Aécio se esconde e parece que não vai ser candidato a nada", disse o governador.

João Batista Mares Guia também citou o senador ao dizer que Antonio Anastasia atuou no processo de impeachment da ex-presidente cassada Dilma Rousseff, mas "acobertou" a situação de Aécio Neves, réu no Superior Tribunal Federal (STF), por corrupção e obstrução de justiça.

As regras do debate

O debate foi dividido em cinco blocos. No primeiro, os candidatos fizeram perguntas entre si, com a ordem definida por sorteio. No segundo bloco, perguntas dos espectadores da Band e da Rádio Bandnews foram feitas para os candidatos. Já no terceiro, as perguntas foram feitas por jornalistas da Band, que escolhiam um candidato para responder e outro para comentar a resposta. O quarto bloco teve a mesma dinâmica do primeiro e o último foi destinado para considerações finais.

A band explicou que convidou os candidatos cujos partidos possuem representantes no Congresso Nacional, seguindo a legislação eleitoral. Por esse critério, Romeu Zema (Novo), Alexandre Flach (PCO) e Jordano Metalúrgico ficaram de fora do debate.

Estadão
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