Debate é marcado por 'tabelinha' de padre e Bolsonaro, críticas à ausência de Lula e direitos de resposta
O encontro dos presidenciáveis também teve ofensas e até bronca de apresentador
O debate presidencial realizado na noite deste sábado, 24, foi marcado por 'tabelinha' entre os candidatos Padre Kelmon (PTB) e Jair Bolsonaro (PL), ataques ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), críticas recorrentes à ausência do petista e bronca do jornalista e mediador Carlos Nascimento.
Seis candidatos à Presidência da República se encontraram no debate, que foi realizado por Terra, SBT, Estadão/Eldorado, Nova Brasil FM, Veja e CNN Brasil.
Um dos temas mais comentados pelos candidatos foi a ausência de Lula, líder das pesquisas de intenção de voto. O petista foi convidado para o debate, mas recusou participar, alegando compromissos de campanha e falta de tempo para se preparar para o evento.
O candidato Ciro Gomes (PDT) foi um dos que mais falaram sobre o assunto. Ao chegar ao SBT, onde o debate foi realizado, ele criticou a ausência do concorrente, dizendo que Lula "perdeu uma oportunidade e desrespeitou o eleitorado".
Outro que também condenou o fato de Lula não ter comparecido ao debate foi o presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro. "A ausência do ex-presidiário demonstra que ele não tem qualquer compromisso para com a população. Em 2018, eu não compareci porque estava hospitalizado vitimado por uma facada e fui massacrado pelo PT como fujão. Eu perguntaria para os petistas: 'E agora?' Qual é a justificativa para ele não aparecer?'", criticou.
'Tabelinha'
O candidato Padre Kelmon (PTB), que teve sua candidatura aceita pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apenas no último dia 15, usou seu tempo no debate para defender o governo de Jair Bolsonaro. Kelmon chegou a afirmar que o atual presidente estava sofrendo um "massacre" dos adversários.
"Estamos vendo um massacre, nunca tinha visto isso na minha vida. Cinco partidos que se juntaram para bater em um Presidente da República com falácias, mentiras, inventando", afirmou o padre.
Kelmon ainda defendeu políticas sociais e econômicas do governo de Bolsonaro e criticou governos petistas.
Troca de ofensas, piadas e baixaria
O que não faltou no debate, também, foram troca de ofensas e baixaria entre os candidatos, a ponto do jornalista e mediador Carlos Nascimento precisar dar uma bronca nos participantes para lembrá-los de respeitar o tempo de resposta de cada um.
A candidata Soraya Thronicke (União Brasil) virou assunto nas redes sociais com suas piadas e respostas debochadas direcionadas a Bolsonaro. Em um dos momentos do debate, Soraya fez um jogo de adivinhação com o candidato Felipe d'Ávila (Novo), relembrando casos de corrupção do atual governo.
"O que é, o que é? Não reajusta a merenda escolar, mas gasta milhões com leite condensado. Tira remédio da Farmácia Popular, mas mantém a compra de Viagra. Não compra vacina para covid, mas distribui prótese peniana para seus amigos. O que é, o que é?", questionou a presidenciável, provocando risadas em convidados que acompanhavam o debate.
Em outro momento, ao receber direito de resposta por ter sido acusada de ser "estelionatária por ocasião das eleições", Soraya disparou: "Não cutuque onça com a sua vara curta", gerando uma nova onda de risadas.
Soraya também criticou a falta de Lula, comparando o debate com uma entrevista de emprego. "Você contrataria um candidato que faltou à entrevista de emprego? [...] Uma covardia. Isso é coisa de quem não gosta de trabalhar", disparou.
A candidata Simone Tebet (MDB) foi irônica em suas críticas a Bolsonaro. Ao ser questionada sobre uma afirmação do presidente de que, no Brasil, "não há fome", ela rebateu: "Ele não está preparado para governar o Brasil porque não trabalha, ele fica de moto, de jet-ski, dizendo que ninguém passa fome".
Direitos de resposta
Ao longo do debate, muitos foram os pedidos de direitos de resposta. No total, foram 11 comentados pelo mediador. Desses, quatro foram concedidos pelos jornalistas e advogados que analisavam os pedidos.
Jair Bolsonaro foi o candidato que mais pediu e teve o direito de resposta concedido. Ele pediu direito de resposta seis vezes, mas apenas dois foram concedidos para responder os candidatos Soraya, Ciro e Simone Tebet.