PUBLICIDADE

Candidatos declaram ao TSE gastos de R$ 2 bilhões

Número deve ser ainda maior já que campanhas têm até 17 de novembro para finalizar acertos com a Justiça Eleitora

27 out 2018 - 19h08
(atualizado às 19h24)
Compartilhar
Exibir comentários

Apesar de ser considerada as eleições do WhatsApp e das redes sociais, candidatos ainda concentraram a maior parte dos seus gastos em publicidade de papel e na produção de programas de rádio e televisão neste ano. Até a última sexta-feira, os candidatos declararam gastos de campanha de R$ 2,013 bilhões ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Este número deve ser ainda maior, já que as campanhas têm até o próximo dia 17 de novembro para finalizar suas declarações de contas à Justiça Eleitoral. Do total empenhado e declarado até o momento, cerca de R$ 400 milhões, ou 20%, foram usados para pagar publicidade por material impresso e R$ 283 milhões, ou 14%, para produção de programas de rádio, televisão e internet.

Até a última sexta-feira, os candidatos declararam gastos de campanha de R$ 2,013 bilhões ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
Até a última sexta-feira, os candidatos declararam gastos de campanha de R$ 2,013 bilhões ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
Foto: iStock

O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, declarou até o momento despesas de R$ 34 milhões, com quase a metade destinado para as produções midiáticas. O adversário do petista, Jair Bolsonaro (PSL), apontou até o momento despesas totais de R$ 1,7 milhão, com R$ 660 mil para a produção de programas.

Modelo

A importância das produções midiáticas foi ainda maior entre os candidatos que concorrem ao segundo turno. Dos 30 que ainda disputam as eleições, este gasto correspondeu a 35% do total de despesas. "Precisamos entender que essas eleições realmente quebraram um paradigma de modelo de campanha e nem todos os candidatos compreenderam isso", afirma o cientista político André Felipe Rosa.

Para Rosa, caso a campanha do candidato a presidente derrotado Geraldo Alckmin (PSDB) tivesse sido elaborada em 2014, o tucano teria muito mais chance de estar no segundo turno. Alckmin declarou despesas de R$ 53,35 milhões. O ex-governador de São Paulo tinha mais de cinco minutos de tempo em cada bloco de televisão no primeiro turno e destinou 28%, ou R$ 15 milhões, para programas de televisão e rádio, mais de 20 vezes o valor declarado por Bolsonaro até o momento para o mesmo propósito.

"A utilização dos aparelhos e das tecnologias mudaram. Hoje seus avôs estão nas redes sociais também", diz Rosa. Para o analista, o pleito deste ano deve provocar mudanças significativas nas próximas campanhas eleitorais.

Limite depende de cada cargo

Segundo as regras estabelecidas pelo TSE, os limites de gastos para as campanhas eleitorais de 2018 variam de acordo com o cargo disputado pelos candidatos.

Cada campanha para presidente da República pôde gastar até R$ 70 milhões no primeiro turno das eleições. Já os candidatos que chegaram ao segundo turno, podem gastar mais R$ 35 milhões. Para candidatos a deputado federal, o limite é de R$ 2,5 milhões e para deputados estaduais (ou distritais), de R$ 1 milhão.

Os limites para candidatos a governador e senador variam conforme o tamanho do eleitorado de cada Estado. Em unidades da federação com até um milhão de eleitores, o teto na disputa ao governo é de R$ 2,8 milhões e ao Senado, de R$ 2,5 milhões. No outro extremo, os candidatos a governador de São Paulo - maior colégio eleitoral do País - podem gastar até R$ 21 milhões em suas campanhas (com acréscimo de R$ 10 milhões no caso de segundo turno). Os candidatos ao Senado pelo Estado puderam gastar até R$ 5,6 milhões.

Veja também:

Minuto Estadão: entenda como funciona a declaração de bens dos candidatos:
Estadão
Compartilhar
Publicidade
Publicidade