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Summit discutirá Educação pós-covid

Encontro organizado pelo 'Estadão' terá em cinco dias temas como a reabertura das escolas e a melhoria do ensino remoto

19 ago 2020 - 05h10
(atualizado em 24/8/2020 às 15h48)
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A reabertura das escolas e universidades está entre os pontos mais delicados da discussão sobre a retomada de atividades em meio à pandemia do novo coronavírus. A questão envolve desafios como garantir o acesso à educação, evitar a evasão escolar, proteger a saúde de crianças e jovens, seus familiares e profissionais, cuidar do lado emocional, além de desenvolver meios de aprimorar o ensino remoto enquanto as aulas presenciais não voltam. Os temas serão debatidos no Summit Educação Brasil 2020, realizado pelo Estadão a partir da próxima segunda-feira, 24. O evento será gratuito e on-line.

Até sexta-feira, 28, será realizado um painel por dia abordando a volta às aulas nas redes pública e privada, preparo para quem quer estudar fora do Brasil, as dificuldades das aulas na educação infantil e o ensino on-line nas universidades. As mesas serão formadas por referências na área de educação no País. No primeiro dia, a conselheira de Cooperação Internacional e Engajamento do Ministério da Educação da Nova Zelândia e membro da Comissão Nacional da Nova Zelândia na UNESCO, Gracielli Ghizzi-Hall, vai falar das 9h às 9h40 sobre a escola pós-quarentena com base nas medidas adotadas no país.

Neste dia, o painel será das 10h às 12h. Nos demais dias, os debates serão realizados das 9h às 11h.

"O grande desafio que as escolas e universidades do Brasil e de todo o mundo tiveram foi estruturar currículos online para que os alunos não tivessem ausência de atividades escolares e acadêmicas e precisaram formar professores para atividades remotas. Era algo que não estava planejado nas redes de ensino. Sem planejamento, a desigualdade foi o que mais chamou atenção. No Brasil, em particular, as escolas e universidades particulares tiveram uma resposta muito mais rápida do que o sistema público. As escolas particulares conseguiram, em duas ou três semanas, ter atividades remotas. Nas escolas públicas, até hoje, boa parte dos municípios brasileiros, principalmente os de baixa renda, os alunos estão sem atividade. Os avanços dos últimos dez anos estão seriamente comprometidos", avalia Mozart Neves, titular da cátedra Sérgio Henrique Ferreira da Universidade de São Paulo (USP), que vai participar do evento.

Essa situação, segundo Neves, vai fazer com que os estudantes tenham diferentes níveis de conteúdo aprendido na volta às aulas presenciais, algo que deve ser trabalhado para evitar que as desigualdades aumentem no País. O acolhimento é outro processo que vai precisar ser bem elaborado pelas instituições de ensino.

"Esse retorno tem de obedecer as questões sanitárias locais e deve oferecer acolhimento socioemocional, fazendo uma avaliação diagnóstica para ver como os alunos estão voltando, o que deixaram de aprender e ajudar os estudantes que menos desenvolveram nesse período a ter uma atenção diferenciada e planejar as atividades escolares de 2021 de maneira articulada com as aprendizagens que não foram desenvolvidas. A gente tem muita informação e muita desinformação. Como não há uma coordenação nacional na área da saúde e da educação, seja para o desenvolvimento das aulas remotas e do retorno, há muita incerteza dos pais se devem mandar ou não os filhos para a escola."

As instalações das escolas também terão de ser repensadas para a retomada. "As particulares estão mais preparadas em relação à estrutura física de sala de aula, ventilação. Temos escolas públicas muito boas, com estrutura excelente, mas outras sem janela em sala de aula e sabemos da importância da ventilação. É mais uma desigualdade."

Estímulo ao aluno

Diretor-executivo do Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino superior no Brasil, Rodrigo Capelato diz que o assunto é complexo por envolver não só a elaboração dos protocolos, mas o que é possível fazer diante de uma situação que é nova para todos. "Também temos as questões emocionais, os medos tanto dos alunos e familiares quanto de quem trabalha. O que a gente tem visto é que, na maioria das pesquisas, as pessoas não estão simpáticas à ideia de voltar, apesar dos problemas das aulas remotas."

Melhorar o ensino remoto, que deve continuar sendo utilizado até que a situação seja normalizada, e ajudar a estimular o aluno são medidas que devem ser trabalhadas pelas instituições.

"No ensino privado, esse problema é menor. A instituição age mais rápido, porque, se o aluno abandonar, ela deixa de receber. O que precisa resolver é quando o aluno tem conexão ruim ou ambiente que não propicia os estudos, como quem tem só um computador que é usado por várias pessoas. Tem de carregar esse aluno de volta, porque muita gente que perde o ano desiste de estudar. Tem de evitar as desigualdades e manter o engajamento."

Segundo Capelato, compartilhar experiências e discutir o que pode ser feito são caminhos para tentar amenizar os danos que a pandemia está causando em uma área tão importante para o futuro do País. "É uma situação totalmente nova, ninguém sabe o que fazer, qual caminho vai dar mais certo, e discutir isso com grandes especialistas é fundamental para orientar as instituições."

Summit Educação Brasil 2020

Quando: de 24 a 28 de agosto

Gratuito

Estadão
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