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Prefeitos: números dos Mais Médicos são 'decepcionantes'

Dentre os que 938 médicos confirmaram participação, pouco mais da metade (51,8%) optaram por atuar nas periferias das grandes cidades

6 ago 2013 - 16h04
(atualizado às 16h29)
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O baixo número de interessados brasileiros em participar do programa Mais Médicos para atuar nas periferias das grande cidades ou no interior do País foi considerado “decepcionante” pelo presidente da Frente Nacional de Prefeitos, José Fortunati. Em tom assertivo, Fortunati disse não ter dúvidas de que houve fraude no processo.

“Essa semana foi histórica por números decepcionantes e comportamentos decepcionantes. Merece uma profunda reflexão do comportamento dos médicos brasileiros. Não tenho dúvida de que 14 mil fraudaram sua inscrição. Não vou usar outro termo. É fraudar o princípio básico da população, de quem sequer estava disposto a prestar o serviço”, afirmou Fortunati, que é prefeito de Porto Alegre (RS).

Segundo o Ministério da Saúde, do total de médicos brasileiros que fez a pré-inscrição no programa, 6.341 deixaram em branco o número de registro no Conselho Regional de Medicina (CRM). Outros 171 marcaram apenas "XXX" ou "000". A pasta pediu à Polícia Federal que investigue uma suposta sabotagem ao programa. "Não saber preencher uma ficha me leva a boicote, ou incapacidade de preencher uma ficha. Como acredito muito nas faculdades de medicina, não posso deixar de defender a tese de que tivemos boicote, fraude, sobre as inscrições", criticou Fortunati.

Dentre os que 938 profissionais confirmaram participação, pouco mais da metade (51,8%) optaram por atuar nas periferias das grandes cidades e regiões metropolitanas. Os demais seguirão para 404 cidades do interior do País. A quantidade de profissionais ainda representa apenas 6% da demanda  de 15.460 médicos para completar os quadros na atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS).

“Os prefeitos não aceitam mais equipar as unidades. Não conseguimos atrair médicos e a cobrança parte para cima do gestor público. Por isso a Frente lançou este ano a campanha "Cadê o médico?", disse Fortunati.

Lançado em julho, por medida provisória, o programa Mais Médicos tem como meta levar profissionais para atuar durante três anos na atenção básica à saúde em regiões pobres do Brasil, como na periferia das grandes cidades e em municípios do interior. Para isso, o Ministério da Saúde pagará bolsa de R$ 10 mil.

O programa também prevê a possibilidade de contratar profissionais estrangeiros para trabalhar nesses locais, caso as vagas não sejam totalmente preenchidas por brasileiros. A medida tem sido criticada por entidades de classe, sobretudo, pelo fato de o programa não exigir a revalidação do diploma de médicos de outros países.

Entenda o 'Mais Médicos'
- Profissionais receberão bolsa de R$ 10 mil, mais ajuda de custo, e farão especialização em atenção básica durante os três anos do programa.
- As vagas serão oferecidas prioritariamente a médicos brasileiros, interessados em atuar nas regiões onde faltam profissionais.
- No caso do não preenchimento de todas as vagas, o Brasil aceitará candidaturas de estrangeiros. Eles não precisarão passar pela prova de revalidação do diploma
- O médico estrangeiro que vier ao Brasil deverá atuar na região indicada previamente pelo governo federal, seguindo a demanda dos municípios.
- Criação de 11,5 mil novas vagas de medicina em universidades federais e 12 mil de residência em todo o País, além da inclusão de um ciclo de dois anos na graduação em que os estudantes atuarão no Sistema Único de Saúde (SUS).

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Fonte: Terra
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