'Netflix' que une esporte e educação recebe aporte de R$ 1,6 milhões em ajuda para brasileiros
Plataforma criada em 2020 é uma bolsa de estudo e usa a capacidade ociosa das instituições
O Brasil tem cerca de 53 milhões de estudantes no ensino básico e médio, sendo que somente nove milhões estudam em escolas privadas, ou seja, 44 milhões de crianças não têm acesso à educação privada, segundo dados do Censo Escolar, elaborado pelo Governo Federal.
Para vencer esse estigma, incentivos são necessários para dar oportunidades para brasileiros que, em um primeiro momento, não teriam acesso ao ensino avançado, bem como ao esporte, que tem ficado ainda mais em segundo plano.
Nesse sentido, a plataforma Esporte Educa tem tido projetos que unem tanto a educação quanto a prática esportiva. Recentemente, a iniciativa contou com um aporte financeiro de R$ 1,675 milhão.
"A expectativa é ajudar mais de três mil atletas com acesso a estudo nos próximos meses e em 2024. Também vamos aproveitar para fazer mais pesquisa e desenvolvimento de produtos e serviços com foco na jornada educacional, além de investimentos em marketing e expansão da equipe com contratações em tecnologia, vendas e atendimento ao cliente", detalhou Ivan Ballesteros, criador da iniciativa.
O empresário ainda informou que tem planos de expansão para além da atuação na região Sudeste. Serão feitas melhorias de processos, ampliação de equipe, além de atualização e incremento da plataforma.
'Netflix' da educação e do esporte
Há expectativa também de direcionar parte dos recursos para o aperfeiçoamento e atualizações da Esporte Educa Prime, a primeira escola digital para atletas que oferece certificado do MEC para os alunos. A plataforma criada em 2020 é uma bolsas de estudos, e usa a capacidade ociosa das instituições de ensino privadas. A empresa faz a conexão com atletas que desejam estudar em todos os tipos de ensino: superior, básico, idiomas e cursos livres.
Mais de 3.000 atletas já foram avaliados, 540 enviados para instituições de ensino e mais de 80 estão com seus diplomas, após uma economia de cerca de R$10 mil feita durante todo o período de curso.
Com interface semelhante à Netflix para facilitar o acesso, oferece cursos com dupla aplicabilidade em diversas áreas da vida e prepara os atletas para vencerem no esporte e no mercado formal.
"Após pesquisa com clubes de base, atletas e treinadores, mapeamos todas as necessidades do atleta tanto durante a sua carreira e também após. A partir disso, com o apoio de pedagogos, foi desenvolvida uma metodologia educacional própria, combinando design instrucional e design UI/UX com tecnologia. Inicialmente disponibilizamos 28 cursos com dupla aplicabilidade em diversas áreas da vida, visando ajudar o atleta dentro e fora do esporte. A ideia é que todos os meses seja lançado um novo curso que apoie o atleta que se torne profissional ou não", explica Ivan.
A plataforma utiliza tecnologias de inteligência artificial para a tutoria de alunos, possui um sistema de ranking e gamificação para premiar os melhores estudantes, e está disponível como aplicativo para iOS e Android.
Ivan entende que muitos atletas desistem dos estudos por falta de financiamento, nesse sentido, ele visa dar respaldo e suporte para os jovens que não conseguem ingressar nos campos profissionais. "O sonho de se tornar um atleta profissional parece promissor, mas apenas 1% alcança sucesso no esporte de alto rendimento. No Brasil, 82% dos jogadores de futebol ganham até um salário mínimo, mostrando um cenário ainda pior em outras modalidades", afirma Ivan. "Combinar esporte e educação é crucial para melhorar o desempenho acadêmico e preparar jovens para carreiras no esporte ou mercado formal, garantindo o sucesso independente do caminho escolhido", afirma.
Para 2024, a Esporte Educa quer aumentar o número de instituições de ensino que façam parte do projeto e apoiem estes atletas, além da inserção constante de cursos e atualização dos existentes, além de lançar uma plataforma de financiamento de atletas, oferecendo uma tríade de bolsas de estudo no ensino formal, escola digital de soft skills e financiamento na carreira dentro do esporte.