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Nº de alunos em graduação a distância no Brasil é maior do que no presencial pela 1ª vez

Ministério da Educação divulgou dados do Censo da Educação Superior nesta segunda-feira

22 set 2025 - 15h23
(atualizado às 23h15)
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BRASÍLIA- O número de estudantes matriculados em cursos de graduação a distância superou pela primeira vez a quantidade de alunos em cursos presenciais.

O Ministério da Educação (MEC) divulgou nesta segunda-feira, 22, os dados do Censo da Educação Superior. De acordo com as estatísticas compiladas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Brasil tem 5.189.391 estudantes na educação a distância e 5.037.482 na presencial. Pela primeira vez também, o Brasil ultrapassou a marca de 10 milhões de matrículas na educação superior.

A facilidade da logística e os custos mais baixos dos cursos a distância têm conquistado a preferência dos estudantes brasileiros. Educadores alertam, no entanto, para necessidade de garantir a qualidade da modalidade.

Em maio, o governo federal publicou um novo marco para a educação a distância no País. Entre as mudanças, o governo proibiu que cursos de Medicina, Direito, Enfermagem, Psicologia e Odontologia sejam ministrados no formato remoto.

Educação a distância é a principal modalidade no Brasil
Educação a distância é a principal modalidade no Brasil
Foto: Freepik

O novo marco estabeleceu ainda um novo modelo: a educação semipresencial, que pode ter 50% das aulas a distância, 30% presencial e 20% por aulas remotas ao vivo.

As novas regras fazem parte da estratégia do MEC para frear o aumento expressivo de cursos a distância nos últimos anos e garantir a qualidade na modalidade.

O presidente do Inep, Manuel Palacios, frisou que a educação a distância não é sinônimo de má qualidade, e que a modalidade é importante para promover o acesso.

"A educação a distância ela proporcionou a ampliação da oferta e o atendimento de uma população que de outra maneira não teria acesso à educação superior", disse.

Palacios citou o exemplo da parcela da população que devido ao trabalho não consegue estudar. "Parte da expansão da educação a distância e da educação superior certamente foi por conta da possibilidade de trazer uma população que já está no mercado de trabalho", afirmou.

Nos últimos anos, o Brasil viveu ascensão do número de cursos de graduação a distância. O formato foi impulsionado sobretudo após 2018, quando o então presidente Michel Temer (MDB) flexibilizou a abertura de polos a distância. Depois, a pandemia de covid-19, quando o isolamento social impôs maior uso das aulas virtuais, reforçou esse movimento.

Segundo o Inep, o número de matrículas na graduação presencial diminuiu 0,5% entre 2023 e 2024. Por outro lado, o total de matrículas na educação a distância cresceu 5,6% no mesmo período. Considerando todas as matrículas na educação a distância, 95,9% estão na rede privada.

Em uma década, a quantidade de cursos de graduação oferecidos na modalidade a distância aumentou 286,7%. Apesar disso, o ritmo dessa alta tem diminuído ao longo dos anos.

Atualmente, a educação a distância está presente em 3.387 municípios do Brasil. O aumento exponencial do ensino a distância foi construído ao longo dos anos devido a um desequilíbrio entre o número de ingressantes na graduação presencial em comparação com os da EAD.

Entre 2014 e 2024, o número de ingressos caiu 30,2% nos cursos de graduação presencial, enquanto aumentou 360% nos cursos a distância.

O presidente do Inep, Manuel Palacios, afirmou que o decreto que cria a educação semipresencial vai modificar a oferta da educação superior no Brasil e trazer um impacto positivo sobre a infraestrutura dos cursos, sobretudo da EAD.

"A implantação é progressiva acredito que vamos conhecer polos com mais recursos e mais infraestrutura para atender os estudantes da educação superior, no modelo intermediário entre o campus universitário que é conhecido de todos nós e a educação totalmente a distância", disse.

Evasão

Pela primeira vez, o Inep calculou o índice de estudantes que saem do sistema de educação superior. A estatística mostra que essa taxa vem crescendo ano a ano.

No período de 2023 a 2024, 17,5% dos estudantes largaram o ensino superior. Dez anos antes, entre 2013 e 2014, o índice era de 11,5%.

Diretor de Estatísticas Educacionais do Inep, Carlos Moreno explica que o aumento da evasão pode estar relacionado à expansão da educação a distância.

"Considerando o presencial e o EAD, você vai perceber que o presencial é bem estável. Essa expansão da EAD trouxe mais estudantes com maior idade, essa taxa de evasão também atinge esses estudantes, por decorrência disso nós acreditamos nesse momento (o aumento da evasão) é devido a a expansão da educação na distância", explicou Moreno.

Estadão
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