Inscritos no Mais Médicos indicam até domingo municípios para atuar
De acordo com balanço do governo, mais de 3,3 mil municípios brasileiros se inscreveram para receber médicos
Encerradas as inscrições no programa Mais Médicos, os profissionais que se cadastraram para participar da iniciativa têm até domingo, dia 28, para indicar os municípios onde desejam trabalhar. Para isso, é preciso entrar no site do programa, informar o login e a senha e listar as seis cidades de sua preferência.
Segundo balanço preliminar do Ministério da Saúde, até as 17h30 de quinta-feira, 18.545 profissionais haviam se inscrito. Menos de 17% deles (3.102), no entanto, entregaram a documentação necessária para confirmar o interesse em participar do programa. A medida passou a ser exigida pela pasta, após denúncias de sabotagem ao Mais Médicos.
Em relação aos municípios, o ministério informou que o número de adesões, também pelo levantamento parcial, chegou a 3.333. Os dados consolidados serão apresentados na tarde de de hoje, em entrevista coletiva, no Ministério da Saúde.
Lançado por medida provisória, o programa Mais Médicos tem como meta levar médicos para atuar durante três anos na atenção básica à saúde em regiões pobres do Brasil, como na periferia das grandes cidades e em municípios do interior. Para isso, o Ministério da Saúde pagará bolsa de R$ 10 mil. O Mais Médicos também prevê a possibilidade de contratar profissionais estrangeiros para trabalhar nesses locais, caso as vagas não sejam totalmente preenchidas por médicos brasileiros.
| Entenda o 'Mais Médicos' |
| - Profissionais receberão bolsa de R$ 10 mil, mais ajuda de custo, e farão especialização em atenção básica durante os três anos do programa. |
| - As vagas serão oferecidas prioritariamente a médicos brasileiros, interessados em atuar nas regiões onde faltam profissionais. |
| - No caso do não preenchimento de todas as vagas, o Brasil aceitará candidaturas de estrangeiros. |
| - O médico estrangeiro que vier ao Brasil deverá atuar na região indicada previamente pelo governo federal, seguindo a demanda dos municípios. |
| - Criação de 11,5 mil novas vagas de Medicina em universidades federais e 12 mil de residência em todo o país, além da inclusão de um ciclo de dois anos na graduação em que os estudantes atuarão no Sistema Único de Saúde (SUS). |
Essa medida tem sido criticada por entidades de classe, sobretudo, pelo fato de o programa não exigir a revalidação do diploma de médicos de outros países. O governo argumenta que a capacidade de atuação deles será avaliada por universidades federais, que são as mesmas instituições com atribuição para revalidar o diploma. O objetivo, segundo a pasta, é garantir aos profissionais estrangeiros autorização para atuar apenas no âmbito do Mais Médico nos locais indicados pelo governo.
A ampliação do número de vagas em cursos de medicina e da residência médica também faz parte dos objetivos do programa.