Estudo aponta que 34% dos alunos da UnB desistiram dos cursos
Estudo aponta que 34% dos alunos da UnB desistiram de cursos
Levantamento feito pela da Diretoria de Acompanhamento e Integração Acadêmica (Daia) da Universidade de Brasília (UnB) apontou que a média de evasão ficou em torno de 34% do total de estudantes ingressantes na instituição, considerando o período entre 2002 e 2006. A principal causa é o baixo rendimento verificado em algumas áreas do conhecimento, como os cursos de Ciências Exatas e licenciaturas.
No primeiro caso, a média de evasão alcança os 44%. Já em cursos como letras, ciências sociais e história o afastamento de alunos, em alguns anos, chegou a superar os 60% do total de ingressantes. De modo geral, o baixo rendimento é responsável pela maioria das evasões, seguido por abandono e desligamento voluntário.
Os índices de abandono - quando o aluno deixa de fazer a matrícula por dois semestres consecutivos - e desligamento voluntário (pedido de afastamento formal) somam aproximadamente 41% das causas de evasão. Os outros fatores podem ser processos de jubilação, falta de documentação, transferência para outras instituições, mudança de curso, entre outros.
A pesquisa também propôs um modelo de análise para cada um dos 111 cursos presenciais de graduação. "A metodologia consiste no mapeamento das disciplinas mais difíceis e, ao mesmo tempo, as mais importantes na grade curricular dos cursos", explica Cláudia Garcia, coordenadora da Daia e responsável pela pesquisa. O objetivo, segundo a professora, é identificar a relação entre as disciplinas que mais reprovam e os cursos com alto índice de evasão. "Trata-se de uma ação pedagógica, para tratar o problema do rendimento acadêmico", acrescenta.
Medidas para evitar a evasão
A partir de agora, a Daia vai procurar as unidades acadêmicas para apresentar o resultado da pesquisa e discutir individualmente os problemas que afetam a evasão dos cursos. "Nem sempre a causa mais importante está relacionada ao baixo rendimento. Muitos alunos abandonam ou fazem o desligamento dos cursos porque não gostam, ou então migram para outra graduação", pondera. Uma das hipóteses é que parte do abandono pode ser de estudantes que reingressaram na UnB para um curso diferente. "Vamos cruzar essas informações para saber se, mesmo com a evasão, a universidade está reabsorvendo alunos que decidem mudar de curso", explica a professora.
Dentre as medidas acadêmicas para minimizar o índice de evasão, a UnB pode direcionar a oferta de bolsas de graduação e estimular atividades para estudantes em risco de desligamento, inclusive no desenvolvimento de materiais didáticos específicos. A ampliação do Programa de Tutoria para disciplinas iniciais na área de matemática, física e química - voltada à criação de grupos de estudos para alunos de graduação - também é uma opção que será discutida com as unidades acadêmicas.
Avaliação seriada e vestibular
Ao mapear os índices de evasão, o estudo enfocou as duas principais formas de ingresso na UnB. O desligamento de alunos em decorrência do baixo rendimento é maior para os que entraram na universidade por meio do vestibular, com uma média, entre 2002 e 2006, na casa dos 12%. Já a evasão de estudantes que ingressaram pelo Programa de Avaliação Seriada (PAS) teve média de 9% no período.
A mesma relação se dá na média de alunos formados. Daqueles que ingressaram em 2006, por meio do PAS, pouco mais de 47% concluíram o curso. No caso vestibular, esse número cai para 39%. "Não há nada conclusivo, mas os estudantes que entraram pela avaliação seriada parecem ter um desempenho melhor do que aqueles oriundos do vestibular tradicional", observa Cláudia.