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Esses cursos mais rápidos fazem a cabeça da geração Z: 'Aprender e fazer hoje, não daqui a uns anos'

Os chamados 'tecnólogos' têm atraído o público mais jovem pelo aprendizado prático e de curta duração

29 out 2025 - 18h12
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Nem bacharelado, nem licenciatura: os Cursos Superiores de Tecnologia (CSTs) são os que, porcentualmente, mais têm crescido na última década no País, seja em número de alunos, seja na oferta de vagas. Esse aumento acompanha em parte o "boom" do ensino a distância, assim como ocorre em consonância com o ingresso da geração Z no ensino superior.

Para instituições de ensino referência na área, os chamados "tecnólogos" têm atraído o público mais jovem pelo aprendizado prático, curta duração (cerca de dois anos), custo geralmente menor e possibilidade de inserção rápida no mercado de trabalho. Isso se relaciona, ainda, a uma "desmistificação" desses cursos em relação aos de maior duração, como os bacharelados.

Referência na área, a consultoria global Deloitte entrevistou mais de 23,4 mil jovens e adultos das gerações Z (1995-2006) e Y (1983 a 1994) sobre o mundo do trabalho em uma pesquisa veiculada neste ano. O estudo indicou que grande parte é cética em relação ao retorno que terá ao investir no ensino superior tradicional, questionando a formação prática para o mercado de trabalho e procurando alternativas de qualificação profissional, por exemplo.

Pró-reitor de Desenvolvimento Educacional da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), Ericson Falabretti considera que, em parte, os tecnólogos têm respondido a uma sociedade apressada. "É uma maneira de responder a certa emergência do mercado, com o surgimento de novas carreiras e profissões", diz. "E atende à perspectiva de uma geração que também é acelerada", completa.

Ele pondera que, além da geração recém-saída do ensino médio, esses cursos também têm sido vistos como opções mais rápidas de segunda graduação, especialmente para quem busca uma transição de carreira. Em parte, esses casos se devem também ao avanço tecnológico e à ampliação da oferta de cursos. "Pode ser uma oportunidade de fazer uma formação sólida e se recolocar em novo nicho", indica.

Novos tecnólogos vão de mídias sociais à produção de cerveja

Segundo o Ministério da Educação (MEC), 25 tecnólogos foram criados entre o penúltimo Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia (de 2016) e o de 2024. As novidades incluem graduações em mídias sociais?, biotecnologia, cosméticos?, produção de cerveja, gestão de energia e eficiência energética, design educacional e internet das coisas?, entre outras.

"O leque hoje é gigantesco", diz o coordenador dos cursos de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos e Tecnologia em Processos Gerenciais do Centro Universitário Senac - Santo Amaro, Lupercio Rizzo. Para ele, esses cursos são hoje entendidos como uma graduação como qualquer outra, inclusive para aqueles que pensam em uma pós futura, inclusive mestrado e doutorado.

"Se, no passado, empregadores e até a academia olhavam como se não fosse uma graduação, havia certa discriminação", avalia. "Mas, no mercado, isso mudou há bastante tempo", completa.

No curso, aproximou-se de uma área mais próxima dos seus interesses artísticos: a modelagem 3D para jogos. É nessa função que tem trabalhado desde pouco antes de se formar, quando ingressou como júnior em uma empresa de jogos, com a modelagem de personagens e cenários.

"Na faculdade, foi tranquilo: tinha competições e programas para acrescentar no currículo", conta. "E, por mais que seja rápido, ao mesmo tempo, cria vínculos", completa. Ela pretende começar uma pós-graduação em efeitos visuais já no próximo ano.

Já o custo foi o ponto-chave para a escolha de Suellen Silva, 21 anos. A jovem queria cursar bacharelado em administração, mas acabou optando por um tecnólogo em Recursos Humanos no Senac São Paulo, porque conseguiria arcar com o que recebia como jovem aprendiz em uma empresa dessa mesma área.

Antes de tomar a decisão, contudo, aconselhou-se com o seu gestor, colegas e pessoas que fizeram o mesmo tipo de formação. "Fui vendo que dava certo", conta. "Este foi um dos meus principais receios: antes o tecnólogo não era tão bem-vindo, parecia que era para alguém que queria um atalho. Abriu a minha cabeça", conta.

Por já atuar numa empresa do setor, a jovem percebeu que o curso estava alinhado com o que vivenciava no dia a dia de trabalho. "As aulas são muito focadas na carreira mesmo", ressalta.

Estadão
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