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Vestibular é um 'grande mal' para a educação do País, diz Haddad

10 out 2011 - 15h14
(atualizado às 16h54)
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Gabriel Macieira
Direto do Rio de Janeiro

O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira que o primeiro passo para promover a reforma do ensino médio no País é acabar com o vestibular, que classsificou como um "grande mal". "O vestibular é um grande mal que se fez com a educação brasileira. Se fosse bom, outros países também teriam. Nós estamos em um processo de substituição do vestibular pelo que tem de mais moderno no mundo, o exame nacional", afirmou ao fazer referência ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

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O ministro participou nesta manhã do 1º encontro "Pensando o Desenvolvimento do Brasil - Desafios e Perspectivas para a Educação Básica", na Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro. Em seu discurso, Haddad disse que o ensino médio deve sofrer alterações para atender melhor as expectativas do estudante. "Nós vamos inciar reformulações no ensino médio a partir de 2012 com força, nós estamos atuando em projetos piloto com ensino inovador em torno de 600 escolas. O objetivo é avançar para oferecer o ensino médio mais coerente com a trajetória e com as expectativas do estudante", disse.

Haddad afirmou ainda que é importante que o Enem se torne obrigatório no País, mas ponderou que essa decisão não cabe ao Ministério da Educação (MEC). "Isso cabe aos secretários estaduais de educação, que são responsáveis pela rede pública de ensino médio. O Enem é voluntário e ele só perde esse caráter quando o secretário toma a decisão de considerá-lo um componente curricular obrigatório", afirmou.

Segundo Haddad, os dados de participação mostram que o Enem tem assumido um papel de destaque no País. Na edição deste ano, que acontece nos dias 22 e 23 de outubro, o número de inscritos atingiu o recorde de mais de cinco milhões. "À medida que o exame vai ganhando a importância com a adesão das instituições, com as múltiplas funções que ele tem hoje pelo ProUni (Programa Universidade para Todos), com a certificação de ensino médio para quem tem mais de 18 anos, ele vai ganhando naturalmente a adesão dos estudantes", afirmou.

Sobre os problemas nas últimas edições, como o vazamento e os erros na impressão dos cadernos de prova, o ministro disse que o governo trabalha para garantir que não ocorram novos erros. "Nós estamos somando inteligência ao processo, a cada nova edição se agregam novos atores para zelar por cada etapa do processo que é extremamente complexo. Conseguir colocar 5 milhões pessoas em sala de aula em um final de semana não é uma operação exatamente simples", disse.

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Nos dias 22 e 23 de outubro, mais de 5 milhões de candidatos deverão comparecer às 150 mil salas de prova, em 1.599 municípios, para participar da maior edição do Enem desde a sua criação em 1998. As provas do sábado serão de ciências da natureza e humanas. No domingo os candidatos serão avaliados em linguagens e matemática, além de redação, totalizando 180 questões nos dois dias de exame.

Cerca de 350 mil pessoas estarão envolvidas na aplicação da prova, incluindo fiscais de sala e outros profissionais de apoio. Neste ano, o governo federal reforçou alguns pontos estratégicos do processo para evitar erros como os ocorridos em 2009 e 2010. Participam da edição 2011 do Enem a empresa Módulo, especializada em gestão de risco, e o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), que fará a certificação do exame.

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Foto: Roger Pereira / Especial para Terra
Fonte: Terra
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