Colégio Oswald de Andrade tem fusão e vira um dos maiores grupos educacionais de SP; saiba como fica
Conglomerado OEP - que reúne escolas de perfil humanista - torna-se agora um dos maiores do mercado privado da capital
O Colégio Oswald de Andrade anunciou nesta terça-feira, 5, uma fusão com a Carandá Educação, escola de tradição construtivista na zona sul de São Paulo. A instituição passa agora a integrar o grupo que tem ainda os colégios Elvira Brandão, Piaget e Crescer Sempre, em um total de 3,8 mil alunos na capital paulista.
O conglomerado OEP - que reúne escolas de perfil humanista - torna-se agora um dos maiores do mercado privado da cidade. É um dos poucos, no entanto, que não tem um fundo de investimento por trás. As mensalidades das escolas variam de R$ 3 mil a R$ 5 mil.
Todas as escolas continuam funcionando de forma independente. Em seu comunicado aos pais, a Carandá afirmou que a fusão fortalece o colégio, que tem mais de 40 anos, para competir em um "mercado de escolas cada dia mais complexo".
"Procuramos alternativas também por ouvir a preocupação da comunidade, que não queria que a escola fosse vendida, como tem acontecido muito", diz uma das diretoras da Carandá Ana Cristina Dunker.
A nota aos pais afirma ainda que o colégio, que fica na Vila Mariana e tem 850 alunos, não está com problemas financeiros. E que a fusão foi "motivada por questo~es sucesso´rias, pensando no futuro de longo prazo", depois da aposentadoria e afastamento de algumas das fundadoras.
O Oswald informou aos pais que a fusão trará "trocas e experiências com escolas que, como as nossas, resistem ao processo de padronização da educação e mantêm sua identidade e forma própria de educar".
Segundo o diretor executivo do Grupo OEP, que reúne as cinco escolas, Claudio Giardino, a gestão passa a ser compartilhada, mas as instituições continuarão com seus projetos pedagógicos próprios.
"Com a Carandá, vamos compartilhar processos pedagógicos de sucesso, aprimorar nossa formação de professores e, assim, qualificar cada vez mais a aprendizagem dos alunos de forma colaborativa", afirmou.
A associação das escolas se deu a partir de troca de cotas, quando os sócios de uma instituição passam a ser sócios das outras e vice-versa - sem que nenhuma delas deixe de existir.
O Oswald foi criado nos anos 1970, durante a ditadura militar, com um projeto pedagógico de vanguarda, e tem hoje três unidades na zona oeste, com cerca de 1 mil alunos.
No começo dos anos 2000, quando surgiram as primeiras fusões do mercado de escolas particulares, o Oswald se juntou à escola Caravelas. No mesmo período, a Carandá também se fundiu com Espaço Vida e Viva Vida.
Em 2014, o Elvira Brandão, na zona sul, se uniu ao Oswald e alguns anos depois, o Piaget, na zona norte, também entrou no grupo. Em 2023, o OEP assumiu ainda a escola Crescer Sempre, um projeto social que oferece ensino fundamental 2 (6º ao 9º ano) na comunidade de Paraisópolis, na região sul paulistana.
Outros negócios no mercado de educação privado
No ano passado, o grupo de educação britânico Nord Anglia adquiriu parte da Escola Móbile, um dos maiores colégios particulares de São Paulo, também na zona sul.
O Nord Anglia tem 87 escolas no mundo todo e comprou também a escola Avenues, da capital paulista e de Nova York, em 2023.
Em 2017, a Bahema - hoje Bioma Educação - comprou a Escola da Vila, na capital, e a Escola Parque, no Rio, ambas de tradição construtivista, por cerca de R$ 40 milhões. Alguns anos depois, o grupo adquiriu também a Escola Viva, com mesmo perfil, na zona sul.
Atualmente, a Bioma tem 9 mil alunos pelo País em 10 escolas e é o único grupo que atende exclusivamente a educação básica com capital aberto, listado na B3.