Big Brother corporativo? Monitoramento excessivo no trabalho vira rotina e causa preocupação em trabalhadores
Empresas investem pesado em softwares de monitoramento, mas impactos éticos e psicológicos dessa nova vigilância no mundo corporativo acende alerta
Você já sentiu que está sendo vigiado enquanto trabalha no modelo home office? Recentemente, o Itaú virou assunto nas redes sociais ao promover uma demissão em massa de centenas de funcionários, alegando baixa produtividade no regime remoto. O episódio deixou trabalhadores preocupados com o uso de softwares de monitoramento em suas empresas, capazes de registrar cliques e até os períodos de inatividade no computador, como se estivessem em um Big Brother da produtividade. Agora, esse tipo de conduta, que começou como um recurso para acompanhar o trabalho à distância durante a pandemia, se transformou em algo rotineiro nos escritórios físicos, levantando dúvidas sobre eficiência, custos, privacidade, ética e até mesmo legalidade.
Entenda como funciona o monitoramento digital realizado por empresas
A era do monitoramento corporativo não se limita mais a relatórios básicos de produtividade. Hoje, pesquisas de mercado mostram que empresas têm acesso a pacotes de softwares capazes de mapear em detalhes o comportamento dos trabalhadores, seja no modelo presencial ou remoto. Esses sistemas registram uma infinidade de ações, desde aberturas de programas, tempo de resposta em tarefas, períodos sem atividade e até o número de vezes em que a barra de espaço foi pressionada ao longo do dia.
Essas informações coletadas acabam se transformando em gráficos e dashboards que sustentam KPIs, métricas quantificáveis usadas para avaliar o desempenho de um negócio, projeto ou indivíduo. ...
Matérias relacionadas