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A universidade britânica onde hologramas serão professores

A Imperial College, em Londres, acredita que será a primeira instituição acadêmica no mundo a fazer uso do recurso com regularidade.

5 nov 2018 - 12h45
(atualizado às 13h15)
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Alunos da universidade Imperial College, em Londres, vão ter aulas com 'professores holográficos'
Alunos da universidade Imperial College, em Londres, vão ter aulas com 'professores holográficos'
Foto: Imperial College London / BBC News Brasil

A universidade Imperial College, em Londres, vai oferecer aulas com "professores holográficos".

E acredita que será a primeira instituição acadêmica no mundo a fazer uso do recurso com regularidade.

Um efeito de ilusão semelhante tem sido utilizado pela indústria do entretenimento, em shows que "recriam" artistas mortos, como Tupac Shakur, Michael Jackson e Elvis Presley, em performances ao vivo.

A Imperial College vai limitar inicialmente as aulas com hologramas à Escola de Negócios, mas espera que o uso da tecnologia possa se tornar frequente.

"A alternativa seria usar softwares de videoconferência, mas acreditamos que esses hologramas têm um senso de presença muito maior", disse à BBC David Lefevre, diretor do Edtech Lab, laboratório de tecnologia da universidade.

Inicialmente, serão usados dois estúdios externos de captura - em Los Angeles e Toronto
Inicialmente, serão usados dois estúdios externos de captura - em Los Angeles e Toronto
Foto: Imperial College / BBC News Brasil

"Os professores têm um monitor de alta definição na frente deles, que é calibrado para que eles consigam apontar para os alunos e olhar nos olhos deles. Podem realmente interagir."

Mais de uma pessoa também pode aparecer de cada vez.

Dentro do orçamento

Estritamente falando, esse efeito ilusório não é um holograma propriamente dito - mas tampouco é o efeito de ilusão chamado Pepper's Ghost ("Fantasma de Pepper"), usado por políticos, como o francês Jean-Luc Mélenchon e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, para fazer o mesmo comício em vários lugares ao mesmo tempo, e pela indústria do entretenimento para "ressuscitar" celebridades.

Em vez disso, a instituição de ensino vai usar uma técnica desenvolvida por uma empresa canadense, a Arht Media.

"O problema com o Pepper's Ghost é que ele pode ser complicado de configurar e pode custar cerca de £ 150 mil (cerca de R$ 750 mil) por evento", diz Lefevre.

"Esse é mais simples - você projeta em uma tela de vidro, e um pano de fundo usa um software para dar ilusão de profundidade."

"E cada utilização custa poucos milhares (de libras). Então, pela primeira vez, as universidades vão poder pagar por isso."

Para enviar sua imagem, os professores precisam usar um estúdio de captura, onde serão filmados contra um fundo preto com iluminação de ambos os lados.

A Imperial College planeja usar dois estúdios externos - um em Los Angeles, nos Estados Unidos, e outro em Toronto, no Canadá -, assim como um kit de estúdio portátil para convidar professores de outros lugares do mundo para dar aula.

A Imperial College pretende usar estúdios portáteis para convidar palestrantes de todo o mundo
A Imperial College pretende usar estúdios portáteis para convidar palestrantes de todo o mundo
Foto: Arht Media / BBC News Brasil

Mas o trajeto é de "mão dupla". Já existe o plano de usar o equipamento também para um dos professores da Imperial College fazer uma apresentação para uma escola de negócios na Espanha, em fevereiro.

Além de oferecer um meio mais cômodo de atrair talentos estrangeiros do que uma viagem de avião, a Imperial College diz que há outras vantagens.

A palestra de um convidado popular pode, por exemplo, ser transmitida para várias salas de aula simultaneamente.

As apresentações também podem ser gravadas e reproduzidas posteriormente, embora isso exclua a possibilidade de interação com o público.

A desvantagem é que há menos chance de um bate-papo informal com os convidados após o fim da palestra. Além disso, há sempre o risco de um problema técnico.

Mas a Imperial College acredita que os benefícios vão superar os inconvenientes.

"Vai ser uma daquelas tecnologias que vamos nos acostumar a usar", afirma Lefevre.

"Se a tecnologia funcionar da maneira que acreditamos, consigo vê-la se tornando bastante popular."

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