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Denúncias contra Kalil envolvem assédio sexual e gordofobia

'Fantástico' revelou novas vítimas do médico das famosas; ex-funcionária o definiu como "doente"

20 dez 2021 - 12h44
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Renato Kalil
Renato Kalil
Foto: Divulgação

Após a influenciadora digital Shantal Verdelho revelar caso de violência obstétrica com Renato Kalil - médico muito procurando por famosas, mais denúncias contra o profissional vieram a tona. Ao programa Fantástico, vítimas do médico relataram mais crimes, como gordofobia e assédio sexual durante consultas. Uma ex-funcionária também se pronunciou.

O caso mais chocante ocorreu com a bancária Letícia Domingues, que sofreu abuso sexual nas mãos do médico na década de 1990. “Desde o primeiro dia, eu estava deitada, sonolenta, eu acordei com ele em cima de mim, com o pênis dele na minha boca, a minha camisola estava aberta e com a outra mão ele passava no meu peito e ele acabou ejaculando na minha cara. Eu lembro da situação que eu estava, que eu não tinha força para falar, para gritar”, relatou ao dominical.

“Tudo isso aconteceu em 1991. Então demorei muitos anos para falar sobre isso. E agora? Há 30 anos presa nessa mesma condição de medo”, acrescentou.

O medo ainda é tão presente que uma outra vítima de Kalil preferiu não ser identificada. À reportagem, ela relatou algo parecido. “Uma pessoa muito próxima a mim estava fazendo tratamento com ele para engravidar e me indicou e fui numa consulta. Ele me falou que eu tinha um corpo bonito. Achei estranho. Aí ele começou a me perguntar sobre a minha vida sexual, se eu tinha relações sexuais com mulheres. Falei que sim. Eu sou bissexual. E aí ele começou com um papo, falar de uma fantasia que ele tinha e eu comecei a me sentir muito constrangida. Eu tenho muita raiva que no dia eu não consegui fazer absolutamente nada. E aí nunca mais voltei”, lembrou.

Há casos também de gordofobia – o preconceito contra pessoas gordas. Logo após Shantal Verdelho se pronunciar, a jornalista britânica Samantha Pearson - que já prestou depoimento ao Ministério Público de São Paulo, também relatou ter sido vítima de assédio moral. “Meu marido estava aqui de lado, tinha pelo menos uma enfermeira e ele disse para mim: ‘Você tem que emagrecer, né? Olha o seu marido, o seu marido bonitão’”, contou.

Ao Fantástico, uma testemunha relatou mais casos de gordofobia, além de quebra de sigilo médico. “Ele fez comentários comigo como: ‘Essa aí nunca vai engravidar porque está gorda’. Todas as consultas ele fala de outras pacientes, ele cita nomes, ele cita inclusive pessoas famosas. Assim, eu sei de histórias de artistas, de blogueiras. Ele é muito antiético”, diz.

O comportamento de Kalil com as pacientes era conhecido dos profissionais que trabalhavam com o médico. “Para mim ele é um doente", definiu uma ex-funcionária ao programa.

Defesa

Em nota se defendendo as acusações, Renato Kalil disse que repudia veementemente os "relatos mentirosos" que aludem atos com conotação sexual e que "tomará medidas judiciais contra qualquer um que faça acusações caluniosas"; ele também acrescentou que "não teve a intenção de ofender ou magoar qualquer pessoa e que, se alguém se sentiu ofendido, pede desculpas" e afirmou ainda que "jamais recebeu nenhum tipo de reclamação no Conselho Regional de Medicina ou em qualquer hospital".

O Ministério Público de São Paulo solicitou investigação contra o médico e apura as denúncias pela Promotoria de Violência Doméstica. O Conselho Regional de Medicina de São Paulo também abriu processo interno de apuração a partir das denúncias de Shantal Verdelho.

Fonte: Redação Terra
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