Cristo Redentor não "pertence" ao Estado: entenda como funciona a gestão do monumento
A Igreja mantém a gestão religiosa e cultural da estátua, enquanto o ICMBio administra o parque e o acesso ao local, como parte do patrimônio ambiental", explica o Ministério Público Federal
Diante de informações equivocadas que circulam nas redes sociais, o público tem se perguntado: afinal, o Cristo Redentor pertence ao Estado ou à Igreja? A resposta não é tão simples quanto parece — e envolve decisões judiciais, cessões antigas e gestão compartilhada entre órgãos públicos e a Arquidiocese do Rio de Janeiro.
Segundo decisão recente da Justiça Federal, o terreno do Alto do Corcovado, onde está localizado o monumento do Cristo Redentor, pertence à União e está sob responsabilidade do ICMBio, órgão ligado ao Ministério do Meio Ambiente. O local integra o Parque Nacional da Tijuca, uma unidade de conservação federal.
Contudo, isso não significa que a Igreja Católica perdeu a posse ou gestão da estátua. Na prática, a Arquidiocese do Rio de Janeiro continua responsável pela administração da imagem do Cristo e da capela existente no local, graças a um acordo firmado com o governo federal desde a década de 1930, quando o monumento foi inaugurado.
"A Igreja mantém a gestão religiosa e cultural da estátua, enquanto o ICMBio administra o parque e o acesso ao local, como parte do patrimônio ambiental", explica o Ministério Público Federal.
Entenda o que é de quem:
- Terreno: Pertence à União (governo federal).
- Estátua e capela: Gestão da Igreja Católica, por meio de cessão oficial.
- Acesso, segurança e preservação ambiental: responsabilidade do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).
O monumento, um dos mais famosos do mundo, continua sendo símbolo religioso e turístico do Brasil, com visitas diárias de milhares de pessoas. A gestão integrada entre Estado e Igreja garante o funcionamento da estrutura, tanto para fins religiosos quanto turísticos.
Boatos nas redes sociais
A confusão começou após publicações afirmarem que o Cristo Redentor teria sido "tomado pelo Estado" ou que "não pertence mais à Igreja Católica". As mensagens viralizaram, mas não correspondem aos fatos.
O caso mostra a importância de buscar fontes confiáveis antes de compartilhar conteúdos sobre patrimônio público ou religioso.