Coronel ucraniano é executado a tiros em rua da capital Kiev
Um oficial de alta patente do Serviço de Segurança da Ucrânia foi morto a tiros, nesta quinta-feira (10), enquanto caminhava por um estacionamento na capital Kiev. Segundo as autoridades, a vítima era Ivan Voronich, coronel da unidade de Operações Especiais. O caso está sendo tratado como assassinato premeditado.
Câmeras de segurança registraram a ação do criminoso, que aguardava o momento certo para atacar. Vestido com bermuda e touca, o homem se aproximou por trás do militar, que carregava sacolas, e disparou cinco vezes. Após os tiros, fugiu correndo. A arma utilizada parecia estar equipada com silenciador. Voronich morreu no local.
A Polícia Nacional e o próprio Serviço de Segurança (SBU) informaram que abriram investigações formais. Ambos disseram estar "tomando medidas para esclarecer todas as circunstâncias do crime e levar os autores à Justiça".
O assassinato tem ligação com a guerra contra a Rússia?
Até agora, o governo ucraniano não apontou suspeitos nem confirmou se há envolvimento direto da Rússia no caso. Porém, o histórico recente do SBU tem alimentado especulações.
A unidade a que Voronich pertencia ganhou destaque no início de junho, após uma operação com drones causar destruição em bases aéreas russas. O prejuízo foi considerado bilionário. O militar, segundo relatos de colegas, atuava na linha de frente desde 2014. "Um homem que lutava contra o inimigo desde 2014 e foi um dos que iniciaram, dentro do Serviço, uma direção que hoje causa muitos problemas para os inimigos", escreveu Roman Chervinsky, ex-oficial de inteligência, nas redes sociais.
Casos semelhantes ocorreram ao longo da guerra, com ataques contra figuras ligadas ao Kremlin em território russo. Entre os alvos estiveram um general envolvido com armas químicas e a filha de um ideólogo do governo Putin.
Rússia amplia ofensiva militar
O ataque a Voronich ocorreu poucas horas depois de a Rússia lançar o maior bombardeio contra a Ucrânia desde o início do conflito, em fevereiro de 2022. De acordo com a Força Aérea ucraniana, foram disparados 728 drones e 13 mísseis entre a noite de quarta e a madrugada de quinta.
Dos alvos atingidos, houve uma morte em Khmelnytsky e oito feridos nas regiões de Kiev, Zaporizhzhia e Kherson. O Exército ucraniano afirmou ter interceptado 711 drones e destruído sete mísseis.
A nova onda de ataques veio na esteira de declarações de Donald Trump, que prometeu intensificar o apoio militar dos EUA à Ucrânia. O governo de Volodymyr Zelensky tem reforçado os pedidos por sistemas antiaéreos aos aliados ocidentais, especialmente após o agravamento dos bombardeios.
