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Coronavírus

JP Morgan vê tensão política em alta após prisão de Queiroz

Banco americano mantém projeção de Selic a 1,75% este ano e início de um 'novo capítulo da saga política' brasileira

21 jun 2020 - 18h41
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O JP Morgan manteve sua projeção de que o Banco Central fará um corte de 0,50 ponto porcentual na reunião de agosto do Comitê de Política Monetária (Copom), levando a taxa básica de juros, a Selic, para 1,75% ano. Já no cenário político, o banco americano vê o início de um "novo capítulo da saga política" com a prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, de acordo com relatório divulgado neste final de semana.

Para os estrategistas do JP, a prisão de Queiroz aumenta a tensão política no Brasil, pois aproxima as investigações da família do presidente Jair Bolsonaro.

BC deve promover novo corte nos juros, prevê JP Morgan
BC deve promover novo corte nos juros, prevê JP Morgan
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil / Estadão

Sobre a taxa básica de juros, o JP Morgan avalia que a inflação abaixo da meta da autoridade monetária e um cenário de crescimento econômico mais preocupante do que constou no comunicado da última reunião - que reduziu a Selic para 2,25% e sinalizou a possibilidade de corte "residual" pela frente - apoiam a previsão de redução de 0,50 ponto.

O maior risco para um corte de 0,50 ponto na reunião de agosto é o cenário fiscal, alerta do JP Morgan. Até agora, o governo manteve o aumento de gastos públicos para conter os efeitos da pandemia de coronavírus restrito a 2020, mas pressões para estender estas despesas para 2021 ou sinais de que a âncora fiscal pode ser abandonada pelo Planalto podem afetar os próximos passos do BC, observa o relatório.

A visão do JP Morgan é que o ajuste fiscal será retomado em 2021. Por isso, o BC vai cortar a Selic para 1,75%, mantendo as taxas neste nível historicamente baixo até o segundo semestre do ano que vem.

Indicadores, como o Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br) divulgado na semana passada, apontam que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no segundo trimestre pode vir levemente melhor que o esperado pelo banco americano, destaca o relatório. O JP prevê para o período contração trimestral anualizada de 51%. O IBC-Br caiu 9,73% em abril ante março, enquanto o JP esperava recuo de 12%.

Contudo, os recentes eventos políticos e a evolução da pandemia do coronavírus, que desacelerou o ritmo de expansão, mas ainda não dá sinais de estabilização, indicam que a fraqueza na atividade econômica pode ser mais prolongada. Assim, o JP Morgan manteve sua previsão de queda de 7% no PIB brasileiro este ano.

Estadão
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