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Coronavírus

Com 19 mortes, sistema prisional de SP vê covid-19 crescer

Casos positivos ou suspeitos de infecção por coronavírus já foram registrados em 62 das 176 unidades prisionais do Estado

14 mai 2020 - 14h09
(atualizado às 14h25)
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Centro de Progressão Penitenciária "Dr Edgar Magalhães Noronha", em Tremembé, em São Paulo, conhecido como Presídio de Tremembé.
Centro de Progressão Penitenciária "Dr Edgar Magalhães Noronha", em Tremembé, em São Paulo, conhecido como Presídio de Tremembé.
Foto: Nilton Cardin / Estadão Conteúdo

SOROCABA - O sistema prisional paulista vive uma preocupante escalada no número de mortes pelo coronavírus. Na noite desta quarta-feira (13), o saldo era de 19 mortos, sendo 10 presos e 9 servidores, conforme dados da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP). No dia 30 de abril - duas semanas antes -, o número de vítimas fatais era bem menor: 6 detentos e 3 funcionários. Outros 14 presos e 23 funcionários contraíram a covid-19, segundo a pasta. Casos positivos ou suspeitos de coronavírus já foram registrados em 62 das 176 unidades prisionais do Estado.

O último óbito vitimou, nesta quarta, um preso de 53 anos da Penitenciária II, no bairro Aparecidinha, em Sorocaba. Ele teve diagnóstico positivo para o vírus e morreu em um hospital da cidade. Essa foi a terceira morte na unidade, que abriga 2.062 presos nos regimes fechado e semiaberto. Os óbitos anteriores aconteceram nos dias 19 e 22 de abril. Os presos tinham 62 e 67 anos, respectivamente. Detentos que tiveram contato com as vítimas estão em celas isoladas na própria unidade.

Também nesta quarta-feira (13) foi confirmada a covid-19 como a causa da morte do agente penitenciário José Rodrigo Ferreira, de 39 anos, que morreu na Santa Casa de Presidente Prudente no último dia 2. Ele morava em Mirandópolis e trabalhava na penitenciária de Pracinha, cidade da região.

Conforme o Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (Sifuspesp), 112 servidores já tiveram exames positivos para o coronavírus em todo o sistema, que abriga 230 mil detentos. As visitas aos presos estão proibidas desde o dia 15 de março. As saídas temporárias, benefício concedido a presos do regime semiaberto, estão suspensas. Cerca de 3 mil detentos idosos e de grupos de risco para o coronavírus foram para casa por decisões judiciais.

No último dia 9, o sindicato entrou com ação civil pública na 11ª Vara do Trabalho de Campinas pedindo reforço nas medidas de proteção aos funcionários, inclusive a aplicação de testes para detectar o vírus. Até a manhã desta quinta-feira (14), a SAP não havia sido notificada.

Isolamento

A pasta informou que segue as determinações do centro estadual de contingência do coronavírus e avalia permanentemente o direcionamento de ações para enfrentar a pandemia. Nos casos suspeitos entre os presos, o paciente é isolado e a Vigilância Epidemiológica local é contatada. Se confirmado o diagnóstico, além de continuar com os procedimentos indicados, o preso passa a ser mantido em isolamento na enfermaria durante todo o período de tratamento.

Os servidores com suspeita de portar o coronavírus estão afastados das funções, em isolamento domiciliar. A secretaria informou que acompanha o quadro clínico, oferecendo o suporte necessário. Nas unidades femininas, presas gestantes e lactantes são mantidas isoladas com seus respectivos filhos.

Estadão
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