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Coronavírus

Bolsonaro muda o tom e atrela vacinação à retomada econômica

Presidente negou ter sido contra a vacina durante a pandemia e disse ainda que é favorável a imunização de sua mãe, de 93 anos

8 fev 2021 - 19h36
(atualizado às 19h49)
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Em mudança de tom, o presidente Jair Bolsonaro atrelou nesta segunda-feira, 8, a vacinação contra a covid-19 à retomada da economia. Na avaliação de Bolsonaro, a economia brasileira ainda não está recuperada ou "madura", mas está reagindo.

12/01/2021
REUTERS/Adriano Machado
12/01/2021 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

"Estamos fazendo o possível. Estamos preocupados com a vida. Se vacinar, a chance de voltarmos à normalidade na economia aumenta exponencialmente. Queremos isso aí", disse o presidente em entrevista nesta tarde à TV Band.

Em ocasiões anteriores, o chefe do Executivo minimizou a eficácia e segurança dos imunizantes. Em janeiro, ele disse que "não há nada comprovado cientificamente sobre essa vacina aí", em relação à Coronavac, depois que o imunizante teve uso emergencial aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A aprovação da Anvisa significa que a vacina tem a eficácia e a segurança necessárias para ser aplicada emergencialmente.

Hoje, porém, ele negou que durante a pandemia tenha sido contra a vacina e citou inclusive que é favorável a vacinação da sua mãe de 93 anos. "Nunca fui contra a vacina sempre disse 'passou pela Anvisa, compra'", destacou.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, abriu um procedimento preliminar para apurar a atuação do presidente e do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus.

Na semana passada, a agência reguladora foi alvo de polêmica após declarações do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), que afirmou ao Estadão que o órgão precisava ser "enquadrado" para flexibilizar a liberação de registros de outros imunizantes. Sobre o assunto, Bolsonaro disse não apoiar a briga do deputado com a agência. Questionado se Barros deveria ser trocado do cargo, Bolsonaro desconversou.

"Eu tenho conversado com o Ricardo Barros, converso com ele reservadamente. Ele já foi ministro, já foi líder de outros governos. Ele tem uma liberdade muito grande. Essa briga com a Anvisa eu não apoio. (É) um órgão autônomo, independente, que tem um papel importantíssimo na saúde pública", disse.

Estadão
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