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Congelamento de óvulos como estratégia de preservação da fertilidade

Estudos demonstram que a taxa de sobrevivência dos óvulos após o congelamento atinge entre 90% e 95% em mulheres com menos de 35 anos

14 nov 2025 - 16h48
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O procedimento de congelamento de óvulos tem apresentado uma relevância crescente, ultrapassando a indicação exclusiva para mulheres que optam por postergar a maternidade por razões pessoais. Com o avanço da ciência e a ampliação do acesso à técnica, a preservação da fertilidade tornou-se uma ferramenta médica essencial, indicada em quadros clínicos que implicam risco de dano irreversível à função ovariana.

A preservação de óvulos oferece a chance de manter a possibilidade de escolha reprodutiva para pacientes que enfrentam condições médicas graves
A preservação de óvulos oferece a chance de manter a possibilidade de escolha reprodutiva para pacientes que enfrentam condições médicas graves
Foto: Canva Fotos / Perfil Brasil

A Dra. Michelle Nagai, especialista em reprodução assistida do FertGroup, explica que a criopreservação foi originalmente desenvolvida como um recurso vital em cenários médicos complexos. A técnica é indicada como medida urgente para proteger a capacidade reprodutiva da paciente que enfrenta condições capazes de afetar sua reserva ovariana, como certos tratamentos de câncer, endometriose e outras patologias.

Um estudo publicado no Journal of Gynecologic Oncology aponta os casos de câncer entre as principais indicações para a preservação de óvulos. Tratamentos como a quimioterapia e a radioterapia são reconhecidos por seu potencial de causar danos aos ovários, podendo resultar em infertilidade. Por essa razão, a recomendação médica é que mulheres em idade fértil realizem a criopreservação de óvulos antes do início do tratamento oncológico, preferencialmente dentro de um prazo de até três semanas após o diagnóstico.

Estudos demonstram que a taxa de sobrevivência dos óvulos após o congelamento atinge entre 90% e 95% em mulheres com menos de 35 anos. Nessa mesma faixa etária, as taxas de gravidez subsequentes situam-se em torno de 40% a 50%.

Condições médicas como lúpus, artrite reumatoide e esclerose múltipla podem comprometer a fertilidade, tanto devido à progressão da doença quanto em decorrência do uso de tratamentos imunossupressores. Um levantamento da CoFertility indicou que mulheres diagnosticadas com lúpus possuem um risco significativamente maior de apresentar redução da reserva ovariana (42,2%), em contraste com a taxa observada na população geral (10,8%). Além disso, essas pacientes tendem a produzir um número menor de embriões viáveis, mesmo em períodos de remissão da doença.

A Dra. Michelle Nagai reforça que, em casos de doenças autoimunes, a avaliação do momento ideal para a estimulação ovariana exige cautela e é realizada de forma multidisciplinar. A decisão final envolve diversas áreas médicas, além da ginecologia, para evitar riscos à saúde da paciente.

A endometriose é outra condição que pode levar à perda precoce da fertilidade. Diretrizes do Journal of Gynecologic Oncology recomendam a preservação de óvulos para mulheres com endometriomas (cistos) bilaterais superiores a 3 cm, ou em situações de recorrência unilateral, especialmente antes da realização de procedimentos cirúrgicos que podem impactar ainda mais a reserva ovariana.

A especialista ressalta que o procedimento vai além do planejamento da maternidade, tratando-se de conceder à mulher autonomia sobre suas escolhas reprodutivas, o que é crucial em quadros que podem exigir o planejamento da fertilidade em idades mais jovens.

O mesmo Journal of Gynecologic Oncology aponta o congelamento de óvulos como uma opção para mulheres que são portadoras de alterações genéticas que estão associadas à insuficiência ovariana precoce. Exemplos incluem a pré-mutação do gene FMR1 (relacionada à síndrome do X Frágil), a síndrome de Turner e a galactosemia. Nesses casos, a indicação é considerar a criopreservação em idade jovem, antes que a função ovariana seja comprometida permanentemente.

A preservação de óvulos oferece a chance de manter a possibilidade de escolha reprodutiva para pacientes que enfrentam condições médicas graves. Segundo a médica, o procedimento representa um gesto de esperança e proporciona segurança, o que ajuda a reduzir a ansiedade diante de tratamentos complexos, evidenciando a relevância da discussão sobre a preservação da fertilidade como um componente do cuidado médico integral. A Dra. Nagai conclui que o impacto psicológico dessa preservação é considerável, oferecendo alívio em momentos de estresse médico.

Perfil Brasil
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