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Ministro prevê que Brasil será capaz de exportar US$ 10 bi em crédito de carbono

Conferência do Clima terminou com acordo sobre mercado de emissões de CO2; para Joaquim Leite, COP-26 frustrou expectativas de financiamento climático

22 nov 2021 - 16h29
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BRASÍLIA - O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, fez uma previsão, nesta segunda-feira, 22, de que o Brasil poderá ser capaz de exportar US$ 10 bilhões em crédito de carbono depois que o assunto foi debatido durante a Convenção do Clima de Glasgow (COP-26).

O mercado total, conforme ele, deve ser de US$ 50 bilhões, mas o ministro não identificou sobre qual período falava durante uma entrevista coletiva para fazer um balanço da participação do Brasil na COP-26.

Na Conferência do Clima, líderes de quase 200 nações aprovaram um acordo define regras para a negociação de créditos com base na quantidade de emissões de gases de CO2 feitas ou evitadas na atmosfera.

A regulamentação do mercado de carbono - importante na luta contra o aquecimento global - era prevista desde o Acordo de Paris, em 2015. Alguns países têm seus mercados internos regulamentados e outros operam com mecanismos voluntários, como é o caso do Brasil.

O sistema internacional - cujos detalhes da operação ainda serão definidos - é um passo para que países onde existem grandes áreas de absorção de CO2 (como a Amazônia) possam negociar títulos com nações poluentes, que precisam compensar o excesso de emissões na atmosfera.

Mais uma vez, Leite disse que o Brasil saiu vitorioso na COP-26, e que o País é parte da solução para o desafio global de aquecimento.

"A COP-26 não foi ideal em todos os temas, mas o Brasil será protagonista do mercado de carbono", previu. "O Brasil será o maior exportador de crédito de carbono para países e empresas", continuou.

Leite criticou, ainda, os países desenvolvidos por não darem à questão do financiamento o mesmo peso remetido às metas climáticas durante a COP-26.

"Houve gigantesca frustração global em relação a financiamento climático", avaliou.

De acordo com ele, as nações mais poluidoras não se prepararam para essa Conferência do Clima, que ocorreu no início do mês. "Os países do G7, principalmente, não fizeram lição de casa", disse em relação ao grupo formado pelas sete maiores economias do globo.

O Brasil surpreendeu o mundo na COP-26 ao firmar compromissos climáticos que não condizem com a atuação da gestão Jair Bolsonaro nos últimos três anos.

Na reunião das Nações Unidas para discutir ações contra o aquecimento global, o País se comprometeu a zerar o desmatamento ilegal até 2028 e assinou um acordo global para reduzir em 30% as emissões de gás metano até 2030.

Poucos dias após o fim da Conferência em Glasgow, porém, o País registrou o maior índice de desmatamento dos últimos 15 anos na chamada Amazônia Legal, que engloba o território de nove Estados. Entre agosto de 2020 e julho de 2021, foram desmatados 13.235 quilômetros quadrados de floresta na região.

Estadão
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