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Ano de 2018 foi o mais quente para os oceanos, diz estudo

O aumento do calor medido no ano, em relação a 2017, é 388 vezes maior do que toda a geração de eletricidade da China no ano retrasado

16 jan 2019 - 10h53
(atualizado às 11h25)
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O ano de 2018 foi o mais quente já registrado para os oceanos. O aumento do calor medido em 2018, em relação a 2017, é 388 vezes maior do que toda a geração de eletricidade da China no ano retrasado. Cem milhões de vezes mais do que o calor gerado pela bomba de Hiroshima. Os anos de 2017, 2015, 2016 e 2014 (nesta ordem) foram os mais quentes dos registros, mostrando uma tendência clara de aquecimento.

Os resultados foram baseados em análises de temperatura feitos pelo Instituto de Física Atmosférica e a Academia Chinesa de Ciências.

O aumento do calor medido em 2018, em relação a 2017, é 388 vezes maior do que toda a geração de eletricidade da China no ano retrasado
O aumento do calor medido em 2018, em relação a 2017, é 388 vezes maior do que toda a geração de eletricidade da China no ano retrasado
Foto: DurkTalsma / iStock

O novo estudo, publicado na edição desta quarta-feira, 16, da Advances in Atmospheric Sciences, lança nova luz sobre como a temperatura das águas oceânicas vem mudando ao longo dos anos. A mudança na quantidade de calor é considerada uma das melhores - se não a melhor - forma de medir as mudanças climáticas provocadas pelos gases do efeito estufa emitidos por atividades humanas.

Os oceanos cobrem 70% da superfície da Terra e absorvem mais de 90% do calor excedente das mudanças climáticas. Além disso, segundo os cientistas, o aquecimento dos oceanos é menos impactado por flutuações naturais e, portanto, é um importante indicado do aquecimento global, representando também uma base para ações de adaptação e mitigação.

"Os novos dados, ao lado de uma vasta literatura sobre o tema, servem como aviso adicional aos governos e ao público em geral de que estamos vivenciando um aquecimento global inexorável", afirmou Lijing Cheng, principal autor do relatório. "O aquecimento já está acontecendo e causa sérios danos e perdas para a economia e para a sociedade." Segundo Cheng, medidas devem ser tomadas imediatamente para minimizar as tendências de aquecimento.

Nível do mar

Os pesquisadores também frisam que o aumento do calor nas águas oceânicas - que, segundo eles, vai continuar a aumentar - deve ser motivo de preocupação da comunidade científica e do público em geral. Isso porque o aumento da temperatura das águas resulta em aumento do nível do mar e as suas próprias consequências. Exemplos desses problemas são a contaminação de água potável com água salgada e o comprometimento de infraestrutura nas áreas costeiras.

Uma outra consequência importante é que o aumento da temperatura da água afeta diretamente o sistema climático global, provocando tempestades mais intensas e chuvas mais pesadas, bem como secas e ondas de calor. Outro resultado nefasto é o branqueamento e a morte de corais e o derretimento do gelo marinho.

Para os cientistas, compreender o impacto do problema pode ser uma ferramenta importante para a indústria pesqueira e do turismo, por exemplo. "Essas informações podem ajudar o público em geral e os governos a tomar decisões mais embasadas e criar um futuro sustentável para todos nós."

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Estadão
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