Queda de satélite de 6 t reabre discussão sobre limpeza espacial
23 set2011 - 08h36
(atualizado às 19h58)
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Nas próximas horas - provavelmente por volta de 17h05 de sexta -, quase seis toneladas de lixo espacial norte-americano cairão em algum lugar da Terra. O local exato ainda não pôde ser definido pela Nasa, que monitora a trajetória do Satélite de Pesquisa da Alta Atmosfera (UARS, na sigla em inglês), inativo desde 2005. De qualquer maneira, o caso reascende a discussão sobre a quantidade de material enviado pelo homem espalhado na órbita terrestre. Para alguns especialistas, chegamos a um "ponto crítico", havendo necessidade de se realizar uma limpeza no espaço.
O que ocorre, conforme explica a pesquisadora Thais Russomano, coordenadora do Centro de Microgravidade da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), é que os equipamentos espaciais, como os satélites, têm um tempo de vida útil, sendo desativados após as missões. "Isso pode afetar a velocidade com a qual um satélite orbita a Terra e, se a velocidade diminui muito, a força gravitacional terrestre puxa-o em direção ao planeta".
É o caso do Satélite de Pesquisa da Alta Atmosfera, transportado pela nave Discovery em 1991. Ele foi projetado para medir as mudanças atmosféricas e os efeitos da poluição no planeta. Contudo, concluiu a missão em 2005 e, desde então, tornou-se lixo espacial - com o peso de um ônibus.
Apesar de parecer inusitado, muitos objetos que circundam a Terra caem sobre o nosso planeta diariamente. O que não cai, fica vagando pelo espaço, já repleto de telescópios, satélites e demais máquinas produzidas pelo homem e que não têm mais funcionalidade.
Que tal explodir tudo lá em cima?
A ideia de explodir os artefatos no espaço, ao contrário do que muitos imaginam, não resolve o problema. Pelo contrário. "Explodir (os satélites, por exemplo) pode agravar o problema de se criar mais lixo espacial, pois vários componentes - grandes e pequenos -, bem como a poeira originada na explosão, ficariam orbitando o planeta", avalia a pesquisadora.
Thais diz que já existem planos de que as agências espaciais, responsáveis por terem colocado os satélites (ou outros objetos) em órbita, ou mesmo tenham produzido lixo cósmico de outras formas, comecem um processo de limpeza. No entanto, o custo desta faxina é muito alto e o assunto ainda está em discussão. "O que já ficou claro é que quem polui tem que limpar", afirma.
O UARS pode cair em cima de alguém?
O local preciso onde o satélite americano cairá não foi divulgado pela Nasa. A princípio, pode ser em qualquer lugar, mas especialistas russos acreditam que o satélite acertará o mar de Papua Nova Guiné por volta das 17h05 (horário de Brasília) desta sexta-feira. De qualquer maneira, Thais diz que a probabilidade de o objeto acertar alguém é rara.
"O maior risco é cair sobre uma zona habitada, onde poderá haver dano material ou até mesmo atingir uma ou mais pessoas. Mas como a Terra tem mais água do que terra, e a terra não é toda habitada, a chance fica muito pequena", calcula.
Os cientistas da Nasa estimam que o satélite vá se despedaçar ao entrar na atmosfera. Segundo eles, desde o início da era espacial não se confirmou nenhum caso de pessoa ferida por um objeto espacial durante o retorno ao planeta.
Foto feita em 2003 apresenta o Dagze Co, um lago no Tibete com uma área de 260 km2
Foto: Nasa / Divulgação
O Tien Shan, chamado pelos chineses de Montanhas Celestiais, é uma das maiores cadeias de montanhas contínuas do mundo, estendendo-se por cerca de 2,5 mil km. A imagem feita pela Estação Espacial Internacional oferece uma vista do local, nas proximidades da fronteira da China com o Quirguistão e o Cazaquistão
Foto: Nasa / Divulgação
Imagem feita em 2000 pelo satélite Landsat 7 mostra o Tassili n'Ajjer National Park, no sudeste da Argélia. Com 72 mil km2, o parque integra o deserto do Saara
Foto: Nasa / Divulgação
O satélite Aqua capturou em dezembro de 2010 a imagem de um enorme fitoplâncton ao longo da costa atlântica da Patagônia, na Argentina
Foto: Nasa / Divulgação
O céu sem nuvens permitiu uma imagem clara do movimento das dunas de areia na costa da Namíbia, na África. A foto foi feita pelo satélite Terra, em agosto de 2010
Foto: Nasa / Divulgação
O satélite GOES-13 capturou imagem de três tempestades: o furacão Danielle no Atlântico Norte (centro superior), o furacão Earl próximo às Ilhas Leeward no Caribe (lado inferior esquerdo) e de uma tempestade tropical em desenvolvimento (inferior direito)
Foto: Nasa / Divulgação
Imagem feita em 2002 pelo satélite Terra mostra as montanhas de Ouachita no sudeste do estado americano de Oklahoma
Foto: Nasa / Divulgação
Imagem feita pela Nasa mostra uma densa camada de nuvens sobre o continente africano, resultado da instabilidade atmosférica
Foto: Nasa / Divulgação
A Estação Espacial Internacional produziu imagem de nave sobre a costa da Nicarágua, em abril de 2010
Foto: Nasa / Divulgação
O delta do rio Lena, na Sibéria, é apresentado em formas coloridas em imagem feita pela Nasa. O rio é um dos maiores do mundo e um importante refúgio para espécies de animais selvagens
Foto: Nasa / Divulgação
Uma missão da Nasa a bordo do avião DC-8, que voa a uma altitude de 1,5 mil pés, mostra as geleiras da Antártida
Foto: Nasa / Divulgação
Um instrumento do satélite Terra, da Nasa, fez imagens dos vales secos da Antártida, assim chamados pela baixa umidade
Foto: Nasa / Divulgação
O satélite Aqua mostrou, em outubro de 2009, o movimento do oceano na costa leste da Nova Zelândia, com destaque para o fitoplâncton
Foto: Nasa / Divulgação
A cidade de Timbuktu, uma rota comercial do deserto do Saara, no Mali, foi fotografada pelo satélite Terra
Foto: Nasa / Divulgação
Satélite da Nasa registrou imagens do Haiti nove dias após o terremoto de 7 graus que atingiu o país em 21 de janeiro de 2010. O vermelho representa a vegetação e os pequenos pontos brancos marcam áreas com deslizamentos de terra
Foto: Nasa / Divulgação
O satélite Aqua mostrou em fevereiro de 2010 imagem da colisão de um iceberg com a geleria Mertz, na Antártida, resultando na criação de um novo iceberg gigante
Foto: Nasa / Divulgação
Imagem feita pela câmera da Estação Espacial Internacional mostra a região italiana da Calábria
Foto: Nasa / Divulgação
Imagem feita em dezembro de 2009 mostra a atividade do vulcão Mayor. Com 2,4 mil m de altura, o Mayon é o mais ativo dos 22 vulcões existentes nas Filipinas
Foto: Nasa / Divulgação
O vulcão Llullaillaco, na América do Sul, foi fotografado pela Estação Espacial Internacional. O seu cume apresenta uma elevação de 6.739 m acima do nível do mar, fazendo com que seja o vulcão ativo mais alto do mundo
Foto: Nasa / Divulgação
A câmera da Estação Espacial Internacional registrou um flagrante de erupção do vulcão Sarychev, em Matua, uma remota ilha russa a nordeste do Japão. A imagem foi feita em junho de 2009
Foto: Nasa / Divulgação
A Terra é vista do espaço em imagem divulgada pela missão Apollo 17, em 1972
Foto: Nasa / Divulgação
Imagem capturada pela Estação Espacial Internacional mostra a atmosfera terrestre
Foto: Nasa / Divulgação
Foto feita durante missão do ônibus espacial Endeavour, em 1996, mostra um braço mecânico sobre a Terra com a luz refletida do Sol
Foto: Nasa / Divulgação
Satélite da Nasa registrou em 2005 o Rub'al-Khali, um dos maiores desertos de areia do mundo, localizado na Península Arábica
Foto: Nasa / Divulgação
O furacão Ike cobre parte do território de Cuba nesta imagem feita pela Estação Espacial Internacional, em 2008
Foto: Nasa / Divulgação
A Muralha da China é vista nesta imagem feita pela câmera da Estação Espacial Internacional. Ao contrário do que se pensava anteriormente, o monumento não pode ser visto do espaço sem lentes poderosas de aproximação
Foto: Nasa / Divulgação
Imagem da Estação Espacial Internacional mostra Manhattan coberta pela fumaça após os atentados ao World Trade Center em 11 de setembro de 2001
Foto: Nasa / Divulgação
O telescópio Terra registrou um eclipse solar no Ártico em agosto de 2008
Foto: Nasa / Divulgação
O lago Nasser, no Egito, foi registrado em imagem feita pela Estação Espacial Internacional em janeiro de 2005
Foto: Nasa / Divulgação
O lago Naivasha, centro da indústria de flores do Quênia, é visto nesta imagem feita pela Nasa
Foto: Nasa / Divulgação
O satélite Terra registrou uma cratera gigante na Austrália. Chamada de Spider Crater, ela possui entre 600 e 900 milhões de anos
Foto: Nasa / Divulgação
Parece uma paisagem de outro planeta, mas a imagem mostra as minas a céu aberto do Arizona, nos Estados Unidos, a maior zona de extração de cobre da América
Foto: Nasa / Divulgação
Imagem feita pela Estação Espacial Internacional mostra os lagos de sal de um dos maiores produtores africanos de carbonato de sódio, o Botswana
Foto: Nasa / Divulgação
A cidade de Edimburgo, na Escócia, é vista em imagem de satélite da Nasa
Foto: Nasa / Divulgação
O satélite GOES-12, da Nasa, registrou o furacão Katrina sobre o Oceano Atlântico
Foto: Nasa / Divulgação
O Monte Everest é destaque nesta foto feita pela Estação Espacial Internacional em 2004
Foto: Nasa / Divulgação
Imagem feita pela Estação Espacial Internacional mostra a força de um furacão atingindo Porto Rico em agosto de 2010
Foto: Nasa / Divulgação
Imagem de ônibus especial feita em 1990 mostra o Lago Eyre, na Austrália
Foto: Nasa / Divulgação
A missão Apollo 8 registrou a Terra vista da Lua na noite de Natal de 1968. Embora os astronautas não tenham pousado no solo lunar, eles foram os primeiros homens a circum-navegar a Lua, enviando fotos inéditas
Foto: Nasa / Divulgação
Imagem de 2002 feita pela Estação Espacial Internacional registra a Ilha Eleuthera, em Bahamas