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ESA: cometas contribuíram com parte do xenônio da Terra

9 jun 2017 - 13h11
(atualizado às 13h34)
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Os 22% de xenônio presentes em algum momento na atmosfera terrestre podem ter chegado ao planeta através de cometas, é o que diz a Agência Espacial Europeia (ESA, sigla em inglês) após um estudo realizado com as amostras recolhidas pela sonda Rosetta, que investiga a relação destes corpos celestes com a atmosfera da Terra.

Com a missão da sonda Rosetta da ESA ao cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, "um fóssil congelado do antigo Sistema Solar", os cientistas finalmente puderam compilar as "informações que vinham buscando há tanto tempo para corroborar esta hipótese", indicou nesta sexta-feira em um comunicado a agência espacial.

"A busca de xenônio no cometa foi uma das medições mais difíceis e cruciais que fizemos com a Rosetta", reconheceu Kathrin Altwegg, a pesquisadora principal de Rosina, o Espectrômetro do Orbitador Rosetta para a Análise de Íons e Partículas Neutras utilizadas para este estudo.

O xenônio é um gás nobre que se forma em diferentes processos estelares, como durante as últimas fases de estrelas de massas pequenas e intermediárias, explosões de supernovas, e, inclusive, fusões de estrelas de nêutrons.

"O xenônio é o gás nobre estável mais pesado e talvez o mais importante, devido aos muitos isótopos originados em diferentes processos estelares", informou o membro do Centro de Pesquisa Petrográfica e Geoquímica do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França, Bernard Marty.

Para o cientista, cada isótopo "oferece informação adicional sobre nossas origens cósmicas".

A missão da ESA estabeleceu a primeira relação quantitativa entre os cometas e a atmosfera da Terra, que defende que os cometas contribuíram para trazer matéria ao nosso planeta quando o Sistema Solar ainda estava se formando, há cerca de 4,6 bilhões de anos.

A Rosetta foi uma sonda espacial da ESA lançada em 2 de março de 2004 e cuja missão consistiu em orbitar ao redor do cometa 67P/Churiumov-Guerasimenko durante os anos de 2014 e 2015, enviando um módulo de aterrissagem a sua superfície para estudá-lo e recolher amostras.

EFE   
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