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Cinco truques para reforçar a memória para os estudos

Ler várias vezes o que você precisa memorizar para uma prova pode não ser a forma mais eficaz de reter informações; confira os métodos mais eficientes.

15 nov 2018 - 08h51
(atualizado às 15h00)
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Ler várias vezes conteúdo que você precisa memorizar para uma prova pode não ser forma mais eficaz de reter informações
Ler várias vezes conteúdo que você precisa memorizar para uma prova pode não ser forma mais eficaz de reter informações
Foto: BBC News Brasil

Não importa o quão inteligente você acha que é, muito provavelmente não aproveita sua memória ao máximo.

Uma série de estudos mostrou que a maioria dos estudantes não usa métodos comprovados de aprendizagem de forma eficaz.

Em vez disso, desperdiçam seu tempo com táticas inúteis.

Um dos problemas é que, muitas vezes, recebemos informações desencontradas de pais, professores e cientistas. Assim, nunca temos certeza do que realmente funciona ou não.

Mas uma nova pesquisa, publicada em uma das principais revistas científicas de psicologia do mundo, analisou os maiores erros que cometemos, a partir de uma lista das cinco estratégias de estudos mais populares, suas prováveis armadilhas e as maneiras com as quais podem ser usadas com mais sucesso.

Estratégia 1: releitura

Você está tentando aprender algo novo? A estratégia mais comum é ler o conteúdo até que você consiga gravá-lo na memória. Infelizmente, psicólogos acreditam que tal método é muito passivo, ou seja, a maioria das informações não fica sedimentada no cérebro.

Dica: Espace sua leitura

A releitura é provavelmente o método de estudo menos eficaz. Mas, às vezes, pode ser inevitável, caso você perceba que não está entendendo os conceitos muito bem.

Portanto, a dica é fazer melhor uso dessa prática: retorne ao material em intervalos regulares. Ou seja, leia um capítulo, passe para outra coisa e depois o releia dentro de uma hora, um dia ou uma semana para ajudar a estimular a memória.

Outra recomendação é fazer perguntas a si mesmo sobre o conceito que você acabou de aprender antes de voltar ao material, o que ajuda a sintonizar sua atenção nas coisas que você faz e não sabe, aumentando o engajamento mental.

Sublinhar e destacar palavras muitas vezes não funciona
Sublinhar e destacar palavras muitas vezes não funciona
Foto: BBC News Brasil

Estratégia 2: sublinhar e destacar

Como a releitura, essa técnica de estudo é quase onipresente. A ideia faz sentido: em teoria, o processo de sublinhar palavras-chave e frases nos ajudaria a entender melhor o conteúdo, tornando mais fácil identificar, posteriormente, as passagens mais importantes.

Mas, embora possa ser mais eficaz do que a releitura passiva, sublinhar e destacar palavras muitas vezes não funciona. Isso porque muitos alunos acabam fazendo isso sem muito discernimento, ou seja, sem pensar sobre o que realmente deve ser sublinhado ou destacado.

Dica: Pare e pense

Em vez disso, os especialistas sugerem que você leia o texto de uma vez e, em seguida, marque as passagens relevantes em uma segunda leitura.

Ao forçá-lo a pensar com mais cuidado sobre cada ponto e sua importância relativa, essa técnica ativa o processamento do que é essencial para a sedimentação da memória.

Estratégia 3: Anotações

Visite qualquer sala de aula ou biblioteca e você encontrará estudantes copiando o conteúdo mais importante em seus cadernos. Como sublinhar e destacar, o problema ocorre quando você não consegue ser criterioso sobre o material que está escrevendo. Seu entusiasmo excessivo - e propensão a incluir tudo o que é mencionado - pode facilmente tornar-se um hábito prejudicial.

Dica: Seja conciso

Estudos mostraram que quanto menos palavras os alunos usam para expressar uma ideia em suas anotações, maior a probabilidade de lembrar-se delas depois.

Isso explica por que fazer resumos nos obriga a pensar sobre o núcleo da ideia que queremos expressar - e esse esforço adicional acaba consolidado em nossa memória.

Essas descobertas também ajudam a explicar por que é melhor fazer anotações com caneta e papel, em vez de usar um computador: escrever à mão é mais lento do que digitar e nos força a sermos mais concisos sobre o que vamos escrever.

Estudos mostraram que quanto menos palavras os alunos usam para expressar uma ideia em suas anotações, maior a probabilidade de lembrar-se delas depois
Estudos mostraram que quanto menos palavras os alunos usam para expressar uma ideia em suas anotações, maior a probabilidade de lembrar-se delas depois
Foto: BBC News Brasil

Estratégia 4: Visão geral

Muitos professores convidam seus alunos a ter uma visão geral sobre o conteúdo que estão aprendendo, apresentando os pontos-chave do assunto de uma maneira lógica e estruturada.

Dica: Busque por padrões

Os alunos que têm uma visão geral do conteúdo tendem a apresentar um desempenho melhor, indicam pesquisas recentes, pois passam a identificar conexões subjacentes entre diferentes tópicos.

Esses estudos indicam que, muitas vezes, é mais eficiente começar com um rascunho do material a ser estudado antes de partir para o estudo completo, acrescentando mais detalhes à medida que você progride.

Muito do nosso aprendizado é independente, claro, sem instrução formal - mas você pode facilmente fazer seus próprios rascunhos de um texto ou palestra. Novamente, a dica é ser conciso: você precisa se concentrar na estrutura do argumento em vez de se perder nos detalhes.

Estudo descobriu que, quanto mais as pessoas se sentiam confiantes sobre o aprendizado de uma informação, menor era probabilidade de lembrar-se dela mais tarde
Estudo descobriu que, quanto mais as pessoas se sentiam confiantes sobre o aprendizado de uma informação, menor era probabilidade de lembrar-se dela mais tarde
Foto: BBC News Brasil

Estratégia 5: Fichas de leitura

O efeito do teste, ou "prática de lembrar", é agora considerado a estratégia de aprendizado mais confiável, especialmente para fatos específicos e detalhados, com evidências consideráveis de que pode estimular a memória. Mesmo assim, ainda existem maneiras mais e menos eficazes de se fazer isso.

Dica: Cuidado com excesso de confiança

A maioria das pessoas tem dificuldade para desenvolver autocrítica. Elas acreditam que suas decisões são mais inteligentes do que realmente são. Dessa forma, podem achar que memorizaram um conteúdo quando, na verdade, não conseguiram absorvê-lo.

De fato, um estudo descobriu que, quanto mais as pessoas se sentiam confiantes sobre o aprendizado de uma informação, menor era a probabilidade de lembrar-se dela mais tarde.

Todos nós subestimamos o quão facilmente esqueceremos determinado conteúdo no futuro. Por isso, a recomendação é de que você não deixe de lado as fichas de leitura assim que supor que memorizou o conteúdo. Faça um teste consigo mesmo por mais de uma vez. Só assim sua taxa de sucesso vai aumentar.

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