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China reage a novas tarifas impostas pelos Estados Unidos

4 abr 2018 - 07h56
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Elevando temores de uma guerra comercial, Pequim responde aos EUA na mesma moeda e anuncia tarifas de 25% sobre uma série de produtos americanos, incluindo soja e automóveis, no valor de 50 bilhões de dólares.A perspectiva de uma guerra comercial entre os Estados Unidos e China voltou a assustar os mercados internacionais nesta quarta-feira (04/04). Num intervalo de poucas horas, Washington e Pequim anunciaram novos aumentos nas tarifas de importação que deverão gerar prejuízos bilionários de ambos os lados.

Terminal de contêineres no porto de Xangai, na China
Terminal de contêineres no porto de Xangai, na China
Foto: DW / Deutsche Welle

Nesta terça-feira, o governo americano anunciou um imposto adicional de 25% sobre produtos importados chineses no valor de 50 bilhões de dólares. Horas mais tarde, o Ministério chinês do Comércio reagiu na mesma moeda, criando novas tarifas sobre produtos americanos, também de 25% e no valor de 50 bilhões de dólares.

Leia também: Trump começou mesmo uma guerra comercial com a China?

Os itens afetados pela medida chinesa incluem automóveis, soja, produtos químicos, derivados de milho e aeronáuticos. Tarifas adicionais também serão acrescentadas sobre produtos como tabaco, whisky, alguns tipos de carnes, lubrificantes, propano e outros produtos plásticos e afetarão também as importações de sucos de laranja, algodão, certos tipos de trigo, caminhões, veículos SUV e alguns modelos elétricos.

Washington, por sua vez, divulgou uma lista com 1,3 mil produtos chineses que deverão ser submetidos ao novo aumento tarifário, incluindo produtos de automação industrial e equipamentos de telecomunicações. A medida seria uma retaliação à exigência imposta por Pequim a empresas estrangeiras, que devem entregar ao país suas tecnologias.

O governo americano entende que a China adotou essa tática como parte de seus esforços para se tornar uma das maiores potências tecnológicas mundiais. A medida imposta por Pequim obriga essas companhias a licenciar suas tecnologias na China em termos considerados desfavoráveis.

Na segunda-feira, a China havia imposto novas tarifas sobre as importações americanas no valor de 3 bilhões de dólares, como reação às sobretaxas estabelecidas pelo governo americano sobre produtos de aço e alumínio. Tais medidas chinesas afetam um conjunto de 128 produtos, entre eles frutas, frutas secas e vinho, que terão tarifa de 15%, enquanto produtos suínos e afins receberão aumento de 25%.

Antes do anúncio desta quarta-feira, o Ministério chinês do Comércio havia dito que "condena com veemência e se opõe com firmeza" às tarifas americanas e alertou que preparava "medidas semelhantes sobre produtos americanos na mesma escala".

As novas tarifas anunciadas pelos EUA serão submetidas a um processo consultivo que inclui audiências marcadas para o dia 15 de maio. Grupos lobistas de empresas e consumidores terão a oportunidade de trabalhar para que alguns desses produtos sejam removidos da lista ou para que outros sejam acrescentados a ela.

A data em que as medidas adotadas por Pequim entrarão em efeito vai depender de quando o mesmo ocorrerá com as novas tarifas impostas por Washington.

RC/dpa/afp/ap/rtr

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A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube | WhatsApp | App

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