Quatro Estados têm casos confirmados de intoxicação por metanol; São Paulo concentra 80%
BOLETIM DO MINISTÉRIO DA SAÚDE MOSTRA 47 OCORRÊNCIAS NO PAÍS, COM NOVE MORTES
Os casos de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas adulteradas seguem concentrados em São Paulo. É o que mostra o boletim mais recente do Ministério da Saúde, divulgado na noite desta segunda-feira, 20. Ao todo, há 47 casos confirmados no País. Desses, 38 casos são no Estado, o que equivale a cerca de 81% do número total.
Os demais casos confirmados se dividem entre três Estados: Paraná (5), Pernambuco (3) e Rio Grande do Sul (1).
Os óbitos confirmados também se concentram em São Paulo, que registra 6 do total de 9 casos. Os outros são em Pernambuco (2) e Paraná (1).
Já os casos em investigação são 57, em dez Estados: Pernambuco (26), São Paulo (19), Piauí (3), Rio de Janeiro (2), Paraná (2), Mato Grosso do Sul (1), Goiás (1), Bahia (1), Minas Gerais (1) e Tocantins (1).
Até o momento, segundo o Ministério da Saúde, foram descartadas 578 notificações e 27 óbitos por suposta ingestão de metanol em bebidas.
Cuidados para evitar problemas
Apesar de a maior parte dos Estados não ter casos confirmados de intoxicação por metanol, é importante que os consumidores de bebidas adotem cuidados na hora de consumir destilados, como gim, vodka e whisky.
Segundo a Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (ABBD), a melhor maneira de se prevenir é desconfiar de preços muito baixos para o padrão de consumo das bebidas. Outra medida é observar detalhes na garrafa, como a qualidade de impressão do selo, a posição dele na garrafa, se há erros ortográficos e, no caso de bebidas importadas, se há informações em português no verso. O contrarrótulo também deve conter o número de registro da bebida no Ministério da Agricultura.
Nas garrafas originais, não há um espaço entre a tampa e o gargalo. Elas também não têm riscos, arranhões ou marcas de reutilização, diferentemente das garrafas de vidro reutilizadas por falsificadores. Quanto ao líquido, o produto original não é turvo, nem tem sujidades ou impurezas.
De acordo com a ABBD, o consumidor pode identificar sinais de falsificação se ficar atento às seguintes características:
Tampa: as tampas originais costumam vir fechadas e sem amassos. Não há distância entre a tampa e o gargalo. As impressões da marca na tampa são de boa qualidade e há um barulho característico de "clique" no momento da abertura. São sinais de alerta: tampas com bordas irregulares, espaço entre a tampa e o gargalo da garrafa, tampa amassada ou desgastada e, ainda, presença de lacre plástico com picote. Líquido: as bebidas originais têm volume e cor idênticos entre produtos da mesma marca; não há impurezas, sujidades ou corpos estranhos, e o líquido é cristalino e limpo. Sinais de alerta no líquido: presença de impurezas visíveis, cor diferente do padrão, volume irregular e aspecto turvo ou com sedimentos. Rótulo: os destilados de qualidade têm rótulo com impressão em alto relevo e bem detalhada. Mesmo que a bebida seja importada, é obrigatório haver um contrarrótulo em português e um registro do Ministério da Agricultura com dados completos. Sinais de alerta: má qualidade da impressão, posicionamento torto do rótulo na garrafa, erros de ortografia e rótulos que se soltam facilmente. Selo IPI: este selo é obrigatório para produtos importados. Os autênticos são impressos em papel moeda com relevo. Há uma holografia com as letras R, F e B. Os elementos de segurança são legíveis e a qualidade da impressão é alta. Sinais de alerta: selos impressos em papel comum ou plástico, ausência de holografia, baixa qualidade de impressão ou mesmo ausência do selo IPI em produtos importados. Garrafa: as garrafas de bebidas autênticas têm vidro limpo e sem riscos, formato consistente com a marca e acabamento profissional, sem sinais de reutilização. Sinais de alerta: garrafas com riscos e sujeira, sinais de abertura anterior, formato irregular e rótulos desgastados. Preços e canais: Bebidas autênticas costumam ter preço compatível com o mercado, canais de venda homologados, nota fiscal e vendedores estabelecidos. Sinais de alerta: preços muito abaixo do mercado, vendas atípicas (por exemplo, na rua, sem nota fiscal), vendas por canais informais e ofertas suspeitas.
O Ministério da Saúde divulgou as recomendações a seguir:
Evitar o consumo de bebidas alcoólicas vendidas de forma informal, sem rótulo, sem lacre de segurança ou sem o selo fiscal da Receita Federal;Desconfiar de produtos com preços muito abaixo da média do mercado;Verificar se o rótulo contém informações claras, como nome do fabricante, ingredientes e número de registro no Ministério da Agricultura;Que os comerciantes reforcem a atenção com seus fornecedores e garantam a procedência legal dos produtos vendidos.
Este texto foi produzido a partir de uma parceria entre Estadão Verifica e Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (ABBD) para combater a desinformação sobre esse setor da indústria e reforçar o papel do jornalismo profissional. A iniciativa visa desmentir rumores infundados e conscientizar o público sobre os impactos negativos da desinformação.