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Testes começam dia 20 e vacina chinesa para Covid-19 pode estar disponível em meados de 2021

6 jul 2020 - 18h38
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A potencial vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela empresa chinesa SinoVac começará a ser testada no Brasil no próximo dia 20 de julho e, caso prove-se eficaz contra a doença, poderá estar disponível para ser aplicada na população em meados do ano que vem, disseram autoridades do governo do Estado de São Paulo nesta segunda-feira.

10/04/2020
REUTERS/Dado Ruvic/Illustration
10/04/2020 REUTERS/Dado Ruvic/Illustration
Foto: Reuters

Os estudos serão liderados pelo Instituto Butantan, vinculado ao governo paulista, e contarão com 9 mil voluntários em 12 centros de pesquisa localizados, além de São Paulo, em outros quatro Estados e no Distrito Federal.

De acordo com o governador João Doria (PSDB), o recrutamento dos voluntários começará na segunda-feira da próxima semana, após na sexta-feira a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar o início dos ensaios clínicos com a candidata a vacina.

"A partir da próxima segunda-feira, dia 13 de julho, os voluntários já poderão se inscrever. A inscrição será obrigatoriamente para profissionais de saúde --médicos, paramédicos, enfermeiros", disse Doria em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual.

"Com a autorização da Anvisa começaremos o processo de testagem a partir do dia 20 de julho", acrescentou ele.

O diretor do Butantan, Dimas Covas, afirmou que, se os ensaios mostrarem que a vacina da SinoVac é eficaz, ela poderá estar disponível em meados de 2021.

"Nós estamos neste momento preparando esses centros, preparando o material para as pessoas se candidatarem e esperamos que tudo isso ocorra muito rapidamente, antes de outubro a gente termine a inclusão dos 9 mil voluntários. Com isso, poderemos ter uma análise preliminar dos resultados ainda neste ano, o que levará seguramente ao uso da vacina já em meados do ano que vem", afirmou ele.

De acordo com Dimas Covas, a vacina da SinoVac, que entrará no Brasil na Fase 3 de testes clínicos em humano, a última antes do registro e destinada a comprovar a eficácia da imunização, é uma das mais promissoras entre as que estão sendo estudadas contra a Covid-19 no mundo, tendo registrado 90% de resposta positiva em testes de Fase 2 feitos na China.

"Após a vacinação --14 dias após a vacinação-- 90% de resposta. Ou seja, uma das vacinas que estão aí das mais promissoras. E daí o meu entusiasmo", disse ele.

"Estou muito entusiasmado que essa será uma das vacinas que chegará ao mercado, com eficiência, muito rapidamente."

O acordo da SinoVac com o Butantan prevê a transferência de tecnologia para que a vacina seja produzida no Brasil pelo instituto, caso ela seja eficaz contra o coronavírus. O diretor do Butantan disse ainda que a parceria firmada prevê que o Brasil terá acesso a 60 milhões de doses da vacina ainda neste ano.

Doria elogiou o trabalho "correto", "técnico" e "republicano" feito pela Anvisa ao analisar o pedido do Butantan para testar a potencial vacina chinesa no Brasil. A aprovação veio cerca de 25 dias após o anúncio da parceria entre Butantan e SinoVac.

Dimas Covas afirmou que este período foi "curto" e dentro do esperado pelo Butantan. Ele também elogiou o trabalho realizado pela agência reguladora federal.

"Isso é curto tempo quando se trata de uma vacina dessa dimensão. Podemos dizer que foi muito rápido", disse o diretor do Butantan.

Além da candidata a vacina da SinoVac, já está sendo testada no Brasil uma potencial vacina contra Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, em parceria com a farmacêutica AstraZeneca, em estudo que está sendo liderado no país pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

O Ministério da Saúde anunciou recentemente um acordo para a produção local desta vacina caso ela se mostre eficaz contra a doença, que já infectou 1,6 milhão de pessoas e matou quase 65 mil no país.

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